Música

Na segunda noite do Cineport, banda Osso Vaidoso mistura poemas e pop-rock em so

No Cineport


06/04/2014



A banda Osso Vaidoso, muito apreciada pela crítica portuguesa, fará show neste sábado no Festival Cineport a partir das 23h. Composta inicialmente pelo vocalista Ana de Deus e pelo guitarrista Alexandre Soares, o Osso Vaidoso se apresenta em João Pessoa também com o contrabaixo de Henrique Fernandes e a bateria de Gustavo Costa.
A banda faz uma “arte sonora”, por unir poesia à música, na bela voz de Ana de Deus. “Será tudo no formato rock, entre o rock e o alternativo. Às vezes improvisa-se um bocadinho, é normal. Temos um espaço de abertura para sermos mais soltos”, revelou Ana de Deus.

O nome da banda, segundo Ana de Deus, refere-se a uma música aparentemente simples, mas com estilo. Quando questionada se haveria algo de instintivo, ele confirmou: “A música é instintiva”.

A vocalista explica que a banda dá mais ênfase às letras e muitas vezes constrói no palco a apresentação ao vivo. “É como se lêssemos um poema. Primeiro lemos, depois se começa a entoar, a cantar e a música vai contornando, vai vestindo uma possível explicação dos poemas … mais estamos sempre a procura, estamos sempre a mudar as coisas, procuramos muito, estamos sempre insatisfeitos, um bocadinho ansiosos com as coisas. É uma espécie de rock pesquisa, muito improvisado também”.

Sobre quais as inspirações da banda, Ana afirma que para ela são os poetas, não propriamente os cantores. “Para os músicos varia, como eles são três e de idades diferentes, o contrabaixo, e o baixo são mais jovens, têm outras influências, varia. Mas a influência é música eletrônica e rock, sempre”.

O show que será apresentado no Festival vai ter principalmente poemas de três escritores: Mário Cesariny, poeta realista português, já falecido, Ernesto Melo e Castro, poeta da poesia concreta e experimental que vive em São Paulo, Walter Hugo Mãe, poeta português muito apreciado no Brasil e Regina Guimarães poetisa parceira frequente da banda

Mais informações – Ana Deus e Alexandre Soares cruzaram as suas experiências musicais nos Três Tristes Tigres.Para trás, nos anos 80, estavam os Ban e os GNR. Longe de serem novatos, procuram, no entanto, sempre uma perspectiva nova que oriente as suas criações e é neste Osso Vaidoso que de novo se encontram. Canções simples onde o texto marca a pulsação e as guitarras fogem ao lugar comum. As canções sempre foram o objeto de trabalho de Alexandre Soares. Guitarrista pop, de frases simples e melodias fortes, marcou o som dos GNR na década de 80 e mais tarde a identidade dos Três Tristes Tigres nos anos 90. Alexandre Soares e Ana Deus cruzaram os seus caminhos musicais exatamente nos Três Tristes Tigres. E assim, com este Osso Vaidoso de nome “Animal” (“Animal” foi o disco de estreia do grupo, considerado um dos melhores de Portugal em 2011), eis uma nova e graciosa surpresa e, certamente, um dos discos mais inteligentes do ano.

Alexandre Soares, músico e compositor, nasceu no Porto e estudou guitarra clássica durante alguns anos, antes de iniciar a coisa pública com a co-fundação dos GNR, onde militou durante os anos 80. Nos anos 90, junta-se a Ana Deus e Regina Guimarães para sonorizar os Três Tristes Tigres. A partir daí, e até hoje, entre outras colaborações, a música para cinema ou teatro e dança contemporânea tem sido onde desenvolve o seu trabalho. Ultimamente regressou com mais regularidade (e muita vontade) aos palcos.

Ana Deus interessa-se desde muito cedo por música. Canta desde 87 em bandas pop-rock. Em 93, inicia com Regina Guimarães o grupo Três Tristes Tigres, editando quatro discos, três dos quais em parceria com Alexandre Soares. Depois de um período mais dedicado a outras colaborações, sempre envolvendo o trabalho sobre o texto, em performances mais ou menos teatrais, volta à “cozinha das canções” com este “Animal”.



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