Policial

Ex-companheira acredita que suspeito pela morte de Patrícia Roberta não atuou sozinho e revela detalhes da ‘mente perturbada’ de Jonathan Henrique


29/04/2021

Maria Júlia em entrevista à TV Arapuan, e Jonathan Henrique na prisão (Foto: Sistema Arapuan / Reprodução)

Por Redação / Portal WSCOM



A estudante Maria Júlia é ex-companheira de Jonathan Henrique, o Natan, de 22 anos, apontado como principal suspeito pelo assassinato da jovem Patrícia Roberta, de Caruaru-PE, que veio passar o último final de semana em João Pessoa. Ela concedeu entrevista à imprensa, nesta quinta-feira (29), e falou sobre o relacionamento e a personalidade perturbadora do ex-marido, com quem tem uma filha pequena, e disse acreditar que a atual esposa do acusado e outras pessoas podem ter participação no crime.

“Ele não fez isso só não, não fez de jeito nenhum, tem muita gente, a mulher [atual] dele pode ter envolvimento, porque ela se contradiz muito com o que fala, inclusive, tenho conversas com ela também”, diz Maria Júlia em entrevista concedida à Arapuan FM, que complementa em seguida: “Ela [a atual esposa] disse que a Patrícia não veio só e que as coisas que os policiais estavam revirando na casa eram dela, e foi confirmado que não eram, era da Patrícia, então acho que realmente ela tem envolvimento. Ela quis ter algum álibi para proteger ele, não sei se porque está grávida ou ele a manipulou”.

Ela ainda comentou sobre o fato de Patrícia Roberta ter permanecido trancada no apartamento horas antes do crime acontecer, enquanto que Jonathan Henrique estava supostamente junto com outras pessoas, na casa de uma amiga trans, com quem manteve um relacionamento. “Não sei o que pode ter acontecido, mas acho que ele não estava só. Já que ele estava acompanhado de outras pessoas. Ele não fez isso só. Tem uma possibilidade de alguém ter o acompanhado”, frisou.

DEPRESSÃO E USO DE DROGAS

Companheira de Jonathan Henrique por seis anos, Maria Júlia revelou detalhes da convivência em casal. Segundo ela, o ex-marido era depressivo, tinha bipolaridade e consumia drogas como maconha, “doce” e LSD. “Nunca tive medo de Natan, mas ele usava droga no tempo, e como já era uma pessoa de emocional abalado, a droga não ajudava muito. Ele era bipolar e, acho que tudo isso influenciou”, frisou.

COMPORTAMENTO ESTRANHO

Ainda de acordo com a ex-companheira, Natan não paga pensão e procura não manter relacionamento com a filha. Ela relata que, quando eram casados, ele costumava ser agressivo com a pequena, tinha o comportamento ‘estranho’, era frio, calculista, e, apesar de ter largado os estudos sem terminar o ensino médio, costumava ler muitos livros de ocultismo, praticar desenhos ‘demoníacos’ e animes, e de anotar todas as ideias e situações que passava no cotidiano.

“Ele já teve algumas atitudes estranhas, inclusive, com minha filha, de bater na perninha dela para ela ficar cansada de chorar e dormir. Isso foi uma das coisas que veio na minha mente esses dias. Ele sempre foi frio, não é de falar muito com as pessoas, e sempre gostou de ler e anotar tudo”, disse.

“Nunca imaginei que ele faria isso [suposto crime de assassinato]. Quando a gente estava junto, eu sempre pedi para procurar tratamento, pois, ele sempre foi uma pessoa perturbada”, relatou.

AGRESSIVIDADE E MEDIDA PROTETIVA

Maria Júlia disse que não sabe se está em suposta lista com nomes de mulheres que foi encontrada no apartamento em que Patrícia Roberta ficou. O nome da jovem e da atual namorada de Jonathan estavam escritos. Contudo, ela acredita ainda que várias outras podem ter sido vítimas da prática de assédio promovida pelo ex-companheiro.

A estudante afirmou que só percebeu o comportamento agressivo de Jonathan Henrique após o término do relacionamento. Hoje, ele é impedido de se aproximar da ex-esposa por força de medida protetiva determinada pelo Poder Judiciário. “Ele já fumou maconha na minha frente. Quando a gente se separou ele quebrou meu celular, notebook. Me jogou no chão, quis me bater como se fosse contra um homem”, disse.

DESABAFO

“Me aconselharam a não falar nada, mas quando a gente terminou, eu avisei a muitas pessoas que ele tinha me agredido, mas ninguém me escutou [na época]. Teve que ocorrer algo muito maior para que as pessoas percebessem o que acontecia. Eu decidi falar porque muita gente já passou pela mão dele por questões de assédio e outras coisas, e acho que estou representando todas as mulheres, não só eu. Está sendo libertador falar tudo isso agora”, concluiu.


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