O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, em entrevista ao programa Reconversa, conduzido pelo jurista Walfrido Warde e pelo jornalista Reinaldo Azevedo, saiu em defesa das penas aplicadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) aos primeiros três réus julgados pelos atos terroristas de 8 de janeiro. Dois foram condenados a 17 anos de prisão e um a 14 anos.

Para Dino, ficou claro nos julgamentos a “preocupação grande” dos ministros em individualizar a conduta de cada um dos réus e, por conseguinte, individualizar também as penas às quais eles foram condenados. “Quem observa de verdade o julgamento, sem esse ponto de vista apriorístico de crítica, examina bem [que] essas pessoas demonstraram certas condições e a consciência do que estavam fazendo por uma série de elementos. Há vídeos deles próprios, há fotos deles próprios, dizendo ‘olha, estamos aqui, tomamos o poder’, tal era a certeza de que o golpe daria certo e tal era a certeza da impunidade. Então eu acho que nesse aspecto o Supremo está agindo bem”.

O ministro lembrou que não há jurisprudência no Supremo sobre tentativas de golpe de estado, e talvez por isso “o estranhamento” diante da decisão da Corte em relação aos golpistas.