Economia & Negócios

Copa esfria crescimento de crédito imobiliário

Mudança


24/07/2014



 O crédito imobiliário cresceu 7% no primeiro semestre de 2014, de R$ 49,6 bilhões para R$ 53,1 bilhões. O resultado teria sido bem maior, não fosse o fraco desempenho no mês de junho, quando houve queda de 19% ante o mesmo mês do ano passado.

Para o presidente da Abecip (Associação Brasileira das Entidade de Crédito Imobiliário e Poupança), Octavio de Lazari Junior, junho foi um mês atípico devido à diminuição de dias úteis, quando quase não houve negociações.

"Acreditamos que haverá uma recuperação já nos meses de julho e agosto", estima o executivo.

No primeiro quadrimestre do ano, o crédito imobiliário havia saltado 20% em relação ao mesmo período do ano anterior. Em 2013, o aumento da carteira imobiliária foi de 32% ante 2012, modalidade que mais cresceu no País.

O número de unidades financiadas cresceu 4,6% nos seis primeiros meses do ano, de 244,8 mil para 256,1 mil. As aquisições de imóveis usados sofreram leve recuo de 0,07% no período, enquanto o financiamento de imóveis novos saltou 25% no semestre.

O aumento da carteira de crédito de imóveis vai de encontro ao recuo das negociações na cidade de São Paulo, maior mercado imobiliário do País. De janeiro a maio, as vendas de imóveis residenciais novos foram 41,4% menores que em igual período de 2013, quando o recuo havia sido de 14%, segundo o Sindicado da Habitação (Secovi-SP)

Para o economista-chefe da entidade, Celso Petrucci, o crédito imobiliário tem desempenho positivo enquanto as vendas caem porque seus efeitos são sentidos em momentos diferentes. “Se as vendas continuarem para baixo este ano, o crescimento do crédito será afetado entre os próximos seis a 12 meses”, avalia.

O gerente de marketing e vendas da Marques Construtora, Vitor Marques, explica que o crédito imobiliário acontece no momento da entrega dos empreendimentos, e não na data da venda. "A contratação de crédito desse ano reflete as vendas feitas há 2 anos ou mais”, observa.

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Petrucci, do Secovi-SP, ressalta que a queda das vendas é mais presente na capital paulista do que em outras capitais, como Belo Horizonte, Recife, Salvador e Rio de Janeiro. “Por ser o maior mercado de imóveis do País, o que acontece em São Paulo pode ser sentido em outras cidades após alguns meses”.

O índice FipeZap, que mede a variação de preços dos imóveis, apontou queda real de preços (abaixo dos níveis oficiais de inflação) entre janeiro e maio deste ano. Enquanto o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulou alta de 3,33% no período, os imóveis ficaram 2,98% mais caros.

Na análise de Marques, o mercado imobiliário voltou a uma normalidade na velocidade de vendas em 2014.

“Acredito que haverá uma estabilidade de preços, sem quedas, e velocidade de vendas equilibradas durante a construção dos empreendimentos. Projetos mal posicionados em relação a preço, produto e localização terão maior dificuldade, enquanto os mais bem posicionados continuarão com boa procura”, observa.



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