Política

Charliton critica gestão do Carnaval em JP

Em JP


06/02/2016

O presidente estadual do Partido dos Trabalhadores (PT) e pré-candidato em João Pessoa, Charliton Machado, publicou em seu facebook um texto no qual analisa o carnaval na capital paraibana. Ele criticou a forma como a festa vem sendo tratada pela gestão do prefeito Luciano Cartaxo (PSD), que abandonou o PT no ano passado. Para Charliton, falta compromisso cultural e planejamento para que a festa não seja onerosa aos cofres públicos.

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Repensando o Carnaval Sustentável de João Pessoa

Enquanto cidades como Salvador (movimentou em 2015 em torno de 670 milhões), Recife (movimentou em 2015 em torno de 194 milhões), Olinda (movimentou em em 2015 em torno 188 milhões) e Rio de Janeiro (movimentou em 2015 em torno 782 milhões) fazem do carnaval um referencial da cultura, do turismo e do negócio, em Joao Pessoa o poder público trata o evento com apoio mínimo, sem qualquer planejamento, compromisso cultural e sob uma perspectiva totalmente amadora.

Naquelas cidades, o carnaval além de ser grande movimento de difusão da identidade cultural é, também, uma fonte de divisas, gerando dinheiro que resulta em recursos para saúde, educação e outros serviços. O que se gasta em carnaval retorna em turismo, hotelaria e consumo. Todos ganham. Isto, fora daqui.

Pensando no curto prazo e agindo com má vontade os últimos prefeitos tem tratado de forma inacreditável eventos como o Folia de Rua. Blocos como Virgens de Tambaú, Muriçocas do Miramar e Cafuçu, se desfilassem em Olinda, seriam destaque na imprensa nacional e internacional. O cancelamento do desfile do "Picolé de Manga" é sintomático desta forma improvisada de ver as coisas.

O Carnaval Tradição, centenário, é tratado de forma humilhante. Gente guerreira, oriunda de comunidades populares, organiza suas escolas de samba, A La Ursas, blocos de frevo e tribos indígenas, em um fenômeno socio-antropológico que resiste pela garra de gente que não vive em gabinetes, mas lutando pelo pão de cada dia, em bairros como a Torre, Roger, São Rafael e Mandacaru. Carece, acima de tudo, de planejamento e profissionalização.

A beleza destes eventos reside na resiliência de gente como Cardivando de Oliveira que insiste na defesa das manifestações populares. Destaque " in memorian" para Cabral Batista, um político conservador que, todavia, durante muitos anos, apoiou a folia na cidade.

Temos que repensar a atuação do poder público no carnaval, trabalhando com planejamento de médio e longo prazo, profissionalização, captação eficiente de recursos para seu financiamento, especialmente junto ao setor privado. Uma ação ousada do poder público no planejamento e uma parceria público-privada bem construída pode dar o "plus" que o carnaval de João Pessoa precisa, valorizando nossa cultura e fazendo dele uma atividade econômica viável, que traga mais retorno à cidade.
 



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