Economia & Negócios

Bolsas caem por temor sobre a crise da Grécia


29/06/2015



As Bolsas europeias e asiáticas registraram fortes quedas nesta segunda-feira (29) pelo temor de que a Grécia deixe a Zona do Euro.

O risco da saída da Grécia do bloco e da União Europeia aumentou consideravelmente após impasses nas negociações entre líderes europeus e o governo grego. Depois que o Banco Central Europeu (BCE) anunciou que não ampliaria seu fundo emergencial ao país, o governo grego decidiu fechar seus bancos durante a semana e limitar os saques nos caixas automáticos a 60 euros (US$ 66) por dia.

No fim de semana, as autoridades gregas já haviam anunciado que os bancos já não abririam na segunda-feira, o que fez com que longas filas se formassem diante de caixas eletrônicos.

Às 9h30 (4h30 de Brasília), a Bolsa de Frankfurt operava em baixa de 4,23%, Paris perdia 4%, Londres recuava 2,15%, Madri, 4,38%, e Milão, 4,33%.

O euro também operava em baixa, a US$ 1,1081. O mercado da dívida também foi afetado e a taxa dos títulos da dívida grega a 10 anos aumentou a 14,574%, um recorde desde 2012.

As taxas dos títulos a 10 anos da Espanha e da Itália também registravam alta. O mercado asiático também operou em forte baixa em consequência da crise grega. A Bolsa de Xangai registrou queda de 3,34%, Tóquio perdeu 2,88%, Sydney caiu 2,23%, Seul 1,42% e Taipé 2,39%. A Bolsa de Hong Kong fechou em baixa de 2,55%.

As negociações entre Atenas e os credores fracassaram no sábado (27) e aproximaram a Grécia da suspensão de pagamentos (default), o que provoca temores sobre a saída do país da Eurozona.

O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, provocou espanto ao anunciar um referendo sobre as exigências dos credores, previsto para 5 de julho, após cinco meses de negociações com a União Europeia (UE), o Banco Central Europeu (BCE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI).

O plano de ajuda a Atenas terminará em 30 de junho e a Grécia não parece em condições de pagar 1,6 bilhão de euros ao FMI no mesmo dia.

A Grécia amanheceu nesta segunda-feira (29) com agências fechadas após a imposição de um feriado bancário e o anúncio de medidas de controle de capitais. Os bancos ficarão fechados até o dia 6 de julho e os caixas eletrônicos terão limite diário de saque de 60 euros. Não haverá limite no caso de pagamentos de pensões.

Já os turistas estrangeiros e qualquer pessoa com um cartão de crédito emitido fora da Grécia não serão afetados pelos controles de capitais. A Bolsa de Atenas só voltará a reabrir no dia 7 de julho.

Entenda

O país passa por um impasse diante de dificuldades de acordo entre o governo grego e os credores de sua dívida (União Europeia, Fundo Monetário Internacional e Banco Central Europeu). No próximo dia 30, a Grécia deve pagar ao FMI 1,6 bilhão de euros – dinheiro que não tem em caixa.

Para fazer o pagamento, o país depende de ajuda financeira. Porém, 7,2 bilhões de euros em ajuda estão bloqueados, sob a condição de que a Grécia realize reformas econômicas. O governo, no entanto, não concorda com as reformas propostas. As medidas cobradas pela União Europeia e pelo FMI como reformas à economia grega incluem mudanças como aumento de impostos e reduções no sistema de aposentadoria.



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