Política

Zennedy revela cenas da relação Cartaxo/Nonato e convite para ser secretário

REAÇÃO


12/04/2016

O rompimento anunciado pelo vice-prefeito de João Pessoa, Nonato Bandeira (PPS), diante do prefeito Luciano Cartaxo (PSD), continua repercutindo nos principais meios de discussão política do Estado. E, nesta terça-feira (12), o secretário municipal de Articulação Política, Zennedy Bezerra, revelou alguns itens na relação entre os dois líderes do Executivo Municipal, até então desconhecidos por parte da imprensa e da população pessoense.

Um desses fatos é que Luciano Cartaxo, numa tentativa de se reaproximar e fazer com que Nonato Bandeira pudesse contribuir mais com a gestão municipal, chegou a convidar o vice-prefeito para compor a administração também na condição de secretário do governo. O mais interessante é que a pasta definida, segundo Zennedy Bezerra, ficaria a critério do próprio Nonato.

“A pasta seria a que lhe fosse mais conveniente. A gente sabe do talento e da competência do vice-prefeito, é preciso reconhecer. O prefeito Luciano Cartaxo convidou Nonato Bandeira para que ele pudesse contribuir de forma mais efetiva e mais incisiva na administração pública. Evidentemente que vocês podem prever o resultado, o vice-prefeito não aceitou”, revelou em entrevista à Rádio Correio FM.

Zennedy afirmou que Nonato Bezerra sempre buscou se esquivar das ações administrativas do governo, e preferiu se “enclausurar” em gabinete localizado na Estação das Artes, no Altiplano, longe das sedes administrativas da Prefeitura. “Saiu de um gabinete que é vizinho ao do prefeito Luciano Cartaxo, e foi se instalar na Estação das Artes, um espaço que é de Cultura, portanto, inadequado para isso”, disparou.

O secretário disse ainda que a carta apresentada por Nonato Bezerra, determinando que as lideranças do PPS não apoiem a reeleição de Cartaxo, se classifica como um “manual de pretexto para o rompimento de uma gestão”. De acordo com ele, o vice-prefeito não quis participar do governo desde o processo de transição administrativa, ainda dentro da gestão do saudoso Luciano Agra, preferia pensar apenas em eleições, e não buscava opinar na elaboração do planejamento de obras e ações do governo que se iniciava nos primeiros meses de 2013.

“É preciso lealdade quando fazemos algumas colocações, o prefeito Luciano Cartaxo e o vice, quando eleitos, passaram pelo processo de transição. Naquele momento, o vice-prefeito não fez questão de participar da transição, apesar de convidado. Preferiu botar as mochilas nas costas, retornando apenas, única e exclusivamente, para participar das indicações daqueles quadros, inclusive, de filiados do PPS, que deveriam participar do Governo”, comentou.

Na sequência, Zennedy disse que o rompimento de Nonato Bandeira ocorreu já nas eleições de 2014, quando o vice-prefeito não apoiou o então candidato a senador Lucélio Cartaxo, irmão de Luciano Cartaxo, fazendo campanha para Wilson Santiago (PTB).

“Em 2014 já veio o rompimento do projeto político do prefeito, todo mundo sabe. Essa carta nada mais é do que a crônica de um rompimento anunciado, quando Nonato já se posicionou contrário, colocando [Luciano] Agra numa aventura de suplente de senador, inclusive, fazendo um enfrentamento daquele candidato ao Senado [Lucélio Cartaxo] que a gente considerava importante para o fortalecimento do projeto do prefeito”, disse.



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