Paraíba

VI Semana Estadual da Luta Antimanicomial é aberta e vai até sexta-feira

ATÉ SEXTA-FEIRA


16/05/2016



Começou nesta segunda-feira (16) a VI Semana Estadual da Luta Antimanicomial, que este ano tem como tema “Não nego… Eu luto por uma Sociedade sem Manicômios!”. A abertura oficial do evento – uma realização da Secretaria de Estado da Saúde – ocorreu no auditório da Reitoria da UFPB, com a participação de usuários do Complexo Psiquiátrico Juliano Moreira e de Centros de Apoio Psicossocial (Caps) de vários municípios.

A solenidade contou com as presenças de representantes da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Humano; Ministério Público; Cerest e associações de usuários dos serviços de saúde mental. A semana acontece até o próximo dia 20 com diversas atividades, entre elas a marcha dos usuários, no dia 18, às 15h, com concentração no Busto de Tamandaré e saída até o largo da Gameleira, na capital.

“A Paraíba tem aproximadamente 15 mil usuários e, nesta semana, estamos comemorando um dado muito positivo, pois somos o Estado com o maior número de serviços ofertados, com 101 Caps”, comemorou a coordenadora de saúde mental da SES, Shirlene Queiroz.

Logo após a abertura oficial, duas psicólogas pernambucanas, Marcela Lucena e Nelma Melo, militantes da luta antimanicomial, fizeram conferência sobre o tema “Marcus Matraga Presente”. Professor de Psicologia, mineiro, Marcus foi assassinado em fevereiro deste ano, na Bahia, onde morava. Ele foi um dos pioneiros na luta pela reforma psiquiátrica e criação dos Caps.

“As condições da saúde mental no Brasil evoluíram, porém a luta antimanicomial não parou. Estas manifestações têm o objetivo de manter vivo o cuidado com os pacientes, e para que fique claro que eles não devem ser excluídos ou isolados da sociedade, mas sim orientados e acompanhados em espaço aberto, dentro da comunidade”, falou Shirlene.

Wagner Luan, de 28 anos, é prova viva disso. Ele é atendido no Caps AD III, que fica na Torre, em João Pessoa, na rua Sinésio Guimarães. Ele contou que no centro encontrou a atenção que não tinha nem em casa. “Lá eu recebo apoio de pessoas que estudaram para isso; que entendem do assunto e estão preparadas para lidar com a situação. Por conta da atenção que recebo, a recuperação fica mais fácil, redescobri o quanto gosto de pintar e ainda recuperei a confiança da minha família”, disse.

A tarde da abertura oficial da VI Semana Estadual da Luta Antimanicomial foi encerrada com apresentações de teatro e música feitas por grupos de usuários de Caps.

Programação dos municípios – O evento também acontece simultaneamente em vários municípios do estado, com rodas de conversas, palestras, caminhadas, atividades dos Caps evolvendo a Saúde e Educação dos municípios com panfletagens, exposições de peças produzidas por usuários, apresentações teatrais e exibição de filmes sobre saúde mental.



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