Economia & Negócios

Vendas no comércio em 2015 têm maior queda da história, diz IBGE

Histórica


16/02/2016

As vendas do comércio varejista brasileiro fecharam 2015 em queda de 4,3%, a maior da série histórica, iniciada em 2001, segundo divulgou nesta terça-feira (16) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Dezembro, mês em que as vendas tendem a aumentar, registrou recuo de 2,7% sobre novembro. Já na comparação com o mesmo mês de 2014, o varejo vendeu 7,1% a menos.

No ano, a queda mais expressiva partiu do segmento de móveis e eletrodomésticos (-14%). Segundo o IBGE, esse desempenho pode ser atribuído ao aumento das taxas de juros do crédito e à queda na renda dos consumidores.

Os hipermercados e supermercados também venderam menos no ano passado. A baixa de 2,5% foi a maior desde 2003, influenciada também pela queda da renda dos trabalhadores e pelo aumento dos preços dos alimentos.

Recuaram ainda as vendas de tecidos, vestuário e calçados (-8,7%) e de combustíveis e lubrificantes (-6,2%).
Outros setores também tiveram taxas negativas, mas pesam menos no cálculo geral do varejo. Entre essas atividades, estão livros, jornais, revistas e papelaria (-10,9%); equipamentos e material de escritório, informática e comunicação (-1,7%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (-1,3%).

O único setor que não sofreu queda nas vendas foi o de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos, que cresceu 3% em 2015. Apesar do resultado positivo, essa alta foi a mais baixa da série histórica do setor, de acordo com o IBGE.

Na análise do comércio varejista ampliado, que inclui outros dois setores, as quedas foram as mais intensas da história. As vendas de veículos, motos, partes e peças caíram 17,8% e as de material de construção, 8,4%.

Dezembro fraco

De novembro para dezembro, a maioria dos segmentos do varejo brasileiro mostraram taxas negativas. As vendas de móveis e eletrodomésticos também recuaram 8,7%, influenciando o resultado geral do comércio nessa base de comparação.

Recuaram ainda os ramos de outros artigos de uso pessoal e doméstico (-3,6%); hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-1,0%); tecidos, vestuário e calçados (-2,1%), livros, jornais, revistas e papelarias (-1,4%) além de escritório, informática e comunicação (-9,1%).

Só aumentaram as vendas os segmentos de artigos farmacêuticos e de combustíveis e lubrificantes (0,5%). Considerando o varejo ampliado, cresceu o comércio de veículos (0,4%) e material de construção (1,1%).

"O recuo está espalhado entre as atividades, ou seja, ele não está concentrado. Seis das oito atividades mostram queda. Sendo que o impacto está muito concentrado nos setores de bens duráveis, como moveis e eletrodomésticos, equipamentos de informática, principalmente tablets e smartphones”.

A gerente ressaltou que “devido às promoções e antecipação das vendas que vinham ocorrendo em novembro, essas atividades [bens duráveis] tiveram desempenho muito bom em novembro. E isso também contribuiu para esse resultado de queda de 2,7% em dezembro”. “Se você antecipa as suas compras de final de ano, se você compra um celular em novembro, você não compra outro em dezembro”, disse Isabella Nunes, gerente de Serviços e Comércio do IBGE.



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