Economia

Venda de veículos leves: o emplacamento em julho de 2021 apenas subiu 0,57% em comparação com julho de 2020.


27/08/2021

Portal WSCOM



Se existe um setor que tem sofrido altas e baixas ao longo da pandemia é o dos automotores. Mas a realidade é bem diferente para as diversas áreas dentro dele; produção de veículos, emplacamento, venda de carros 0km e venda de carros seminovos e usados refletem um comportamento absolutamente dissímil.

 

De acordo com a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) o número de vendas de veículos leves e pesados continua sendo ruim para as montadoras: as operações não conseguiram superar as 8 mil unidades por dia no mês de julho. No total os emplacamentos alcançaram 175,5 mil unidades entre carros de passeio, comerciais leves, ônibus e caminhões. Se comparado com junho, a queda registrada foi de 3,83% nos licenciamentos.

 

Mas essa comparação não é tão preocupante quanto a feita em relação a julho de 2020: a alta nos emplacamentos apenas foi de 0,57%. Apesar de ser um incremento, o percentual é muito baixo se pensarmos que, naquele período do ano passado, a indústria e o comércio sofreram as maiores limitações por causa das medidas preventivas que faziam com que montadoras e concessionárias passassem muito tempo fechadas.

 

Qual é o motivo do leve crescimento?

 

Ainda que o fator da crise econômica seja importante, a principal causa do fraco desempenho das vendas de veículos novos tem a ver com as dificuldades das montadoras para manter a produção por causa da falta de componentes eletrônicos nas linhas de montagem.

 

Como surge dos dados divulgados pela Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), em julho a produção de veículos, que chegou até 163,6 mil unidades, caiu 2% na comparação com o mês anterior. Trata-se do julho mais baixo na produção de veículos em 18 anos e, desde o começo da pandemia, os valores de produção só estão por cima dos volumes fabricados entre abril e junho do ano passado, quando a indústria estava praticamente paralisada.

 

Contudo, a Fenabrave apresenta um olhar positivo da situação com destaque na recuperação entre 2020 e 2021 já que, no acumulado, há um crescimento nas vendas de 27,1% sobre o mesmo período do ano passado. Em palavras do presidente da Federação, Alarico Assumpção Júnior, “se a produção estivesse normalizada, principalmente para automóveis, poderíamos ter um crescimento ainda maior do que o previsto para este ano”.

 

Os valores também não ajudam

 

Junto com os problemas de produção é preciso adicionar ao panorama as fortes subidas nos preços dos carros, sejam eles novos, seminovos ou usados. De fato, uma pesquisa feita por uma consultoria britânica aponta que o Brasil é o quinto país mais caro do mundo não só para comprar mas para manter um carro.  Isto tem a ver com que, além do alto valor a desembolsar na hora de adquirir um veículo, é preciso adicionar ao orçamento outros gastos igualmente elevados como impostos, combustíveis e reparos. Além disso, o proprietário precisa contratar uma cobertura da lista de seguros de carro disponíveis no mercado.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



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