Futebol

Suor e sangue: Diego Tardelli marca dois gols, e Galo vence o Guarani-MG

Mineiro


03/03/2013



 Foi mais difícil do que se poderia imaginar. O Atlético-MG, na segunda colocação do Campeonato Mineiro, enfrentou o Guarani-MG, lanterna da competição, neste domingo, em Belo Horizonte. Mesmo com alguns jogadores reservas em campo, o Galo confirmou o favoritismo, ainda mais por jogar em casa, no Independência, onde não perde desde maio de 2012, após a reinauguração do estádio. Pierre, Bernard e Ronaldinho Gaúcho foram poupados pelo técnico Cuca, enquanto Leonardo Silva, suspenso, teve de ficar fora. Contra o Bugre, de Divinópolis, Diego Tardelli, de pênalti sofrido por ele próprio, marcou, com categoria, já no fim do primeiro tempo. Na segunda etapa, Richarlyson, após rebote do goleiro Leandro, tocou para as redes. Eric, para o Guarani-MG, logo depois, marcou um golaço, após deixar o tetracampeão mundial Gilberto Silva no chão. No fim, Tardelli, novamente de pênalti, deu números finais ao placar.

Richarlyson, a próposito, comemorou o gol da mesma maneira que o atacante Alecsandro costuma comemorar. Com as mãos nas bochechas, fez careta e deu um forte abraço no irmão, que estava no banco de reservas.

– Já estava na hora de homenagear meu pai. Já havia falado com Alecsandro, no quarto, e tive a oportunidade de marcar esse gol, comemorou Richarlyson.

A partida, no entanto, ficou marcada pelas trombadas de cabeça entre jogadores. No primeiro minuto de jogo, o atacante Luan, que usou a camisa 10 de Ronaldinho Gaúcho, se chocou com Éder, do Guarani-MG. Imediatamente, foi atendido pelo departamento médico do clube de Belo Horizonte, que tentou estancar o sangramento. Primeiro, o jogador usou uma faixa, o que não funcionou. Assim, Luan passou a usar uma touca de natação. No intervalo, porém, foi encaminhado à ambulância, para receber quatro pontos na testa. Antes de o jogo recomeçar, foi encaminhado ao vestiário e não voltou para o segundo tempo. Neto Berola entrou no lugar. Luan chegou a ser levado a um hospital da capital mineira para fazer exames.

No início do segundo tempo, foi a vez de Réver. Depois de uma cobrança de escanteio, o zagueiro subiu para tentar o cabeceio e se chocou com André Silva. O corte no supercílio foi profundo, e os médicos tiveram dificuldade de conter o sangramento. A cena assustou, mas o jogador voltou a campo. Porém, com tonturas, não suportou e foi sustituído por Rafael Marques. Réver também foi levado a um hospital.

O público foi de 13.036 pagantes, com uma renda de R$ 303.775,00. Com o resultado, o Atlético-MG se manteve na segunda posição, com nove pontos ganhos, apenas um a menos que o Cruzeiro, líder do Estadual. O Guarani-MG, por sua vez, com mais uma derrota no torneio, segue na lanterna, com apenas dois pontos ganhos.

O Galo voltará a campo nesta quinta-feira, mas o confronto será válido pela Taça Libertadores. O time receberá, novamente no Independência, o Strongest, da Bolívia. A partida será realizada às 21h30m (de Brasília). Pelo Estadual, o time jogará neste domingo, às 18h30m, contra o América de Teófilo Otoni, provavelmente no Mamudão, em Governador Valadares. Já o Bugre viajará a Juiz de Fora, onde vai encarar o Tupi, às 16h, neste sábado.

Sangue de Luan e gol de Tardelli
O Atlético-MG entrou em campo sem as principais estrelas. Ronaldinho Gaúcho e Bernard foram poupados, assim como o volante Pierre. Com as mudanças, Cuca escalou Serginho no meio e Richarlyson solto, com muita liberdade para se aproximar de Jô.

No começo, a impressão era a de que os ausentes não fariam falta, já que o time sufocou o rival, desde a saída da bola. Com menos de cinco minutos, o bom goleiro Leandro já havia evitado o gol de Marcos Rocha, em bola que sobrou na direita da área.

Mas o tempo passou, e o time de Divinópolis se acostumou à pressão do rival, que não exigia tanto do sistema defensivo. Luan, com a 10 de Ronaldinho, era o homem que mais buscava o jogo pelo lado alvinegro. Nem mesmo um corte na testa, sofrido em um lance com Éder, diminuiu a vontade do jogador.

Na primeira chegada do Guarani-MG, o Bugre quase marcou. Após cobrança de falta, a bola se ofereceu dentro da área para o cabeceio de Éder. Meio sem jeito, Victor rebateu, a bola sobrou para Lucas Newiton, que isolou.

Mesmo sem muita força, o Galo chegou ao gol. Aos 44 minutos, Luan dividiu com um adversário. A bola sobrou para o meia, que rolou para trás e encontrou Tardelli. O atacante dominou, deixou a bola escapar, mas acabou derrubado, dentro da área, por Adalberto. Na cobrança, Tardelli mandou para as redes e anotou o primeiro gol diante da torcida. O gol encerrou um primeiro tempo de pouca qualidade em Belo Horizonte.

Sangue de Réver e gols de Ricky e DT9
Apesar da vantagem no placar, o Galo voltou para o segundo tempo com uma baixa. O corte na cabeça de Luan tirou o jogador da partida. Com isso, Cuca mandou a campo Neto Berola. Pelo Guarani-MG, Leston Júnior sacou Lucas Newiton para a entrada de Eric.

Em campo, após a saída de Réver, o jogo voltou a ter o mesmo contorno da etapa inicial. Mesmo sem muita qualidade, o Galo seguia com o domínio territorial do jogo, enquanto o Guarani-MG sonhava com um contragolpe que pudesse resultar no empate.

Mas o maior volume de jogo do time da capital acabou recompensado. Após cruzamento da esquerda, aos 32 minutos, Berola ajeitou de cabeça para Tardelli, que, também de cabeça, obrigou Leandro a um milagre. Na sobra, porém, Richarlyson só teve o trabalho de estufar as redes. Na comemoração, a tradicional careta da família Felisbino, eternizada pelo pai Lela e muitas vezes repetida pelo hoje reserva do Galo, o irmão Alecsandro.

Só que a vantagem de dois gols durou apenas quatro minutos. Aos 36, Eric recebeu de Jajá, deixou Gilberto Silva e Victor no chão e fuzilou para o gol quase sobre a linha. Linda jogada, e Bugre de volta ao jogo.

Com o 2 a 1 no placar, o Galo passou a administrar a posse de bola e não sofreu sustos na reta final. Na base do desespero, o Bugre até que tentou arrancar o empate, mas acabou castigado no fim, com mais um gol de pênalti.

Berola foi derrubado por Asprilla, que recebeu o vermelho. Aos 45 minutos, o homem que havia iniciado a festa, deu números finais. O tradicional gesto da metralhadora voltou a ser repetido pelo artilheiro Diego Tardelli.



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