Ainda em negociação sobre a permanência da Unimed e uma provável diminuição de investimentos da patrocinadora no Fluminense para 2015, o presidente Peter Siemsen deu uma longa entrevista coletiva nesta quinta-feira, nas Laranjeiras. O mandatário tricolor comentou o momento financeiramente complicado do time, com atrasos de salários e a possível saída de alguns jogadores.

Siemsen deixou claro que está fazendo de tudo para que a Unimed continue como parceira do Fluminense, mas preferiu não adiantar um prazo para a conclusão nas negociações. Em todo caso, o dirigente explicou que desde o início do seu mandato está preparado o clube para o dia que a patrocinadora sair e acredita que o Tricolor está no caminho certo para poder se virar sozinho.

"Minha luta sempre foi preparar o Fluminense para um dia, se essa parceria sofresse qualquer mudança, o Fluminense teria que estar preparado para não acontecer o que já aconteceu com outros clubes. Estamos trabalhando para que saia um acordo com a Unimed. O reconhecimento que nós temos pelo projeto, pelo o que foi feito, é muito grande e isso nunca vai tirar o lugar de destaque que a Unimed tem conosco. Mas eu sei que o Fluminense está preparado para lidar com uma mudança de modelo, uma eventual necessidade de diminuição. Se meus cabelos brancos aumentaram foi para colocar a casa em ordem. Mas trabalhamos para que a parceria se mantenha, ainda que em outros moldes", afirmou Siemsen, que negou que tenha qualquer problema de relacionamento com Celso Barros, presidente da Unimed.

"Ninguém me viu criticar a parceria, a Unimed, o Celso. Vocês sempre falam de especulação, que não nos damos bem, mas nunca vi briga como é colocada. Talvez, insatisfação dele em relação a resultado, é natural, é como o torcedor se sente. Briga, jamais. Minha relação pessoal com ele e com a Unimed é muito boa".

Na última semana, alguns jogadores, como Fred, Wagner e Rafael Sóbis fizeram críticas à diretoria do Fluminense e demonstraram insatisfação com os salários atrasados. Após a vitória sobre o Corinthians por 5 a 2 no domingo, no Maracanã, o atacante Fred reclamou da situação e revelou que está há 20 meses sem receber o valor referente aos direitos de imagem.

Nesta quinta, Peter Siemsen minimizou as críticas recebidas, garantiu ter boa relação com o elenco tricolor, mas admitiu que as dificuldades financeiras afetam na formação do time para a próxima temporada.

"Da minha parte, não existe dificuldade com o elenco, existe uma mudança em relação ao projeto que existia, uma diminuição real em relação ao patrocínio, e isso passa pela formação do time, essa incerteza que ele colocou. Minha visão é simples: tenho pendência reconhecida, mas volto a dizer que a questão da incerteza é normal em qualquer clube. No fim do ano, há mudança de elenco em qualquer clube, é normal no mercado do futebol. Tínhamos um modelo, que vem sendo modificado por necessidade, mas não concordo que vai ser um time mais fraco. O que prejudicou um pouco foi a questão do direito de imagem, restrita a alguns jogadores de um grupo de 30", explicou o presidente do Flu.

Siemsen ainda avisou que acredita na permanência de Fred e Conca, preferiu não dar mais detalhes sobre a renovação de contrato de Diego Cavalieri e Gum, mas reconheceu que Rafael Sóbis pode até deixar as Laranjeiras.

"O Sóbis é um caso peculiar, o contrato termina no meio do ano. Sabemos que não é algo bom para ninguém, vamos negociar um caminho dentro dessa posição. Os outros, contamos com eles, mas lógico que no futebol há propostas e, às vezes, chega uma extraordinária, mas a ideia é a manutenção", afirmou o dirigente.