Cultura

Samba Se Ata lança podcast para divulgar a história de mulheres no samba

O grupo feminino de samba vai entrevistar cantoras da capital e falar sobre compositoras consagradas no país


12/04/2021

Portal WSCOM



Na próxima terça (13), o grupo Samba Se Ata vai lançar um novo projeto visando a valorização feminina no samba, o podcast “Quiçambas memoráveis das mulheres compositoras”. A gravação é um projeto contemplado pela lei de emergência cultural, Aldir Blanc, através da Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope).

 

Serão cinco episódios a cada dois dias, a partir de amanhã (13) disponibilizados gratuitamente nas principais plataformas de áudio. Cada programa conta com entrevista exclusiva, apresentada com o revezamento entre as integrantes do Samba Se Ata e mulheres que estão na cena pessoense desse gênero musical. Os episódios abordam a trajetória, biografia e contribuições musicais de compositoras essenciais do samba, desde as matriarcas até as contemporâneas.

“As mulheres também qualificaram e deram voz de resistência ao som do samba como esta manifestação popular brasileira, mas esse patrimônio imaterial da cultura brasileira ainda é um segmento artístico priorizado e hegemonizado pelos homens tanto nas referências históricas quanto na execução cultural”, disse Letícia Carvalho.

 

Para a integrante Jadsely Santos, a ideia do podcast é enaltecer a memória e relevância que as mulheres de samba detém no segmento da música, para além da posição de cantora e dançarina. “A gente quer mostrar com o histórico e a produção atual que esta linguagem artística também é espaço para as mulheres, fazendo girar a determinação de apenas um lugar para as mulheres na roda de samba”, comenta Jadsely.

 

O podcast pretende fortalecer as vozes, histórias e músicas não só das personagens abordadas e do próprio grupo Samba Se Ata, mas também das oito entrevistadas ao total. “Queremos fortalecer os nomes de grupos e carreiras de sambistas mulheres e incentivar o aprendizado e desenvolvimento de musicistas, instrumentistas e compositoras para equalizar a participação das mulheres sambistas na cidade de João Pessoa, enquanto opção de geração de renda e trabalho para todas as pessoas envolvidas nesta cena cultural pessoense”, afirma a integrante Suzany Silva.

 

Confira a programação do “Quiçambas memoráveis das mulheres compositoras”:

Episódio 1 – 13/04: Samba da Bahia e Samba de Terreiro

sobre Ganhadeiras de Itapuã e Dona Dalva

Entrevistadas: Bruna Teixeira e Helô Uehara

 

Episódio 2 – 15/04: Precursoras do Samba

sobre Tia Ciata, Clementina de Jesus e Dona Ivone Lara

Entrevistada: Nara Santos

 

Episódio 3 – 17/04: Roda de Samba

sobre Jovelina Pérola Negra e Teresa Cristina

Entrevistadas: Polyana Resende e Ana Regina

 

Episódio 4 – 19/04: Mulheres e Escola de Samba

sobre Beth Carvalho e Leci Brandão

Entrevistada: Gláucia Lima

 

Episódio 5 – 21/04: Samba, mulher e política

sobre Carolina Maria de Jesus

Entrevistadas: Cida Alves e Nathalia Bellar

 

O grupo Samba Se Ata

Samba Se Ata é formado por Bruna, Dora, Deyse,  pelos mais diversos tipos de mulheres. Negras, mães, lésbicas, bissexuais e heterossexuais, instrumentistas e compositoras. A banda ocupa a cena do samba pessoense, em corpo e escolha do repertório, com a intenção de romper a hegemonia masculina da cultura sambista. “Nós queremos propor o protagonismo das mulheres nas rodas de samba públicas, coletivas e comunitárias”, comenta Bruna Teixeira.

 

O Samba Se Ata se inicia em 2016 numa reunião de amigas provenientes de vários lugares do país e que escolheram João Pessoa como morada. Todas compartilham do mesmo amor pelo samba e a constante indignação causada pela ausência de mulheres nas rodas de samba enquanto protagonistas da musicalidade. “Foi dos encontros de fim de semana, sempre com muito batuque e cantoria, que a gente desenvolveu o desejo de aprender mais sobre o samba, tanto histórica quanto tecnicamente e começasse a tocar publicamente”, lembra a cantora Tessy Priscila.

 

O grupo antes se apresentava com o nome de Tia Ciata Samba Clube, homenagem direta à matriarca do samba cuja história está intimamente ligada ao surgimento do samba carioca.



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