Política

Relator opina por não ampliar prazo, mas plenário concede mais 15 dias para Dilm

‘PEDALADAS FISCAIS’


26/08/2015



O Tribunal de Contas da União (TCU) concedeu um prazo adicional de 15 dias para a presidente Dilma Rousseff (PT) se pronunciar sobre duas novas supostas irregularidades nas contas do governo do ano de 2014, segundo matéria publicada no portal Folha. Conforme antecipado pelo WSCOM Online, o ministro relator, Augusto Nardes, opinou por não ampliar o prazo à defesa, mas deixou a decisão para o plenário que, por ampla maioria, acatou o pedido de prorrogamento formulado pelo governo na última segunda (24).

O novo prazo foi pedido por meio do Advogado-Geral da União, Luiz Inácio Adams, que alegou que o prazo deveria ter sido igual ao de 30 dias, dado anteriormente, em junho, quando o TCU avaliou que as contas tinham 13 irregularidades.

O ministro relator, Augusto Nardes, havia dado em agosto um prazo de mais 15 dias para que a presidente Dilma Rousseff respondesse sobre as duas novas questões – que indicam problemas referentes à abertura de créditos sem permissão do Congresso. Com a contestação do governo, o relator ampliou o prazo o que faz com que o processo só deva ser votado em outubro.

A decisão foi marcada por polêmica no plenário do Tribunal. Nardes, que tinha o poder de decidir sobre o novo prazo sem ouvir os outros oito ministros, decidiu deixar a decisão para a maioria do plenário. Os ministros Benjamin Zymler e Walton Alencar contestaram o ato, perguntando se ele estava querendo um "conforto psicológico" para decidir.

O ministro José Múcio Monteiro pediu que Nardes dissesse qual era a posição. O relator opinou por não dar mais prazo porque o advogado da União informou que poderia entrar com recurso contra a decisão de agosto. Nardes, no entanto, disse que se a maioria entendesse que o novo prazo era adequado, ele daria.

Vários ministros lembraram que já haviam pedido os 30 dias na votação anterior e decidiram colocar a matéria em votação. Por unanimidade, a proposta de mais 15 dias foi vencedora.

Adams, que estava presente, afirmou que não estava tentando postergar o julgamento das contas e sim pedindo o prazo adequado para dar as respostas para que o processo seja julgado com toda integridade.

"Estamos procurando [garantir] o que é direito para todos os brasileiros", disse Adams.

No dia 12 deste mês, o Tribunal, em decisão semelhante, já havia concedido 15 dias para que a petista respondesse sobre as contas.

Histórico

Em junho, o TCU começou a votação do processo de contas anual da presidente, mas o relator considerou que -devido a várias irregularidades constatadas pelo órgão- eram necessários novos esclarecimentos do governo.

A tendência, na época, era que as contas fossem rejeitadas devido às chamadas "pedaladas fiscais", manobras do governo para adiar pagamentos sem registrá-los como dívidas e usar bancos públicos para cobrir o rombo.

O governo alega que as manobras com os gastos públicos são realizadas há muitos anos e que não as considera ilegais.



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