Música

Prêmio da Música Brasileira segue na 29ª edição a vocação para laurear tradições da MPB


16/08/2018

Intérprete já habituada a sair vitoriosa no Prêmio da Música Brasileira como melhor cantora na categoria Samba, Alcione novamente levou um troféu para casa. Só que, desta vez, de melhor cantora na categoria a que concorria, Canção popular, por conta de registro ao vivo de show de boleros.

Já previsível, mas nem por isso injusta, a vitória de Alcione foi celebrada com ardor pela plateia que compareceu ao Theatro Municipal do Rio de Janeiro (RJ) na noite de ontem, 15 de agosto, para assistir à entrega do 29º Prêmio da Música Brasileira. A Marrom foi aplaudida de pé. Foi um momento especial de cerimônia que transcorreu sem surpresas nas premiações das 36 categorias (veja a lista completa de vencedores).

Alcione posa com o troféu de melhor cantora na categoria 'Canção popular' (Foto: Marcos Serra Lima / G1)Alcione posa com o troféu de melhor cantora na categoria 'Canção popular' (Foto: Marcos Serra Lima / G1)

Alcione posa com o troféu de melhor cantora na categoria ‘Canção popular’ (Foto: Marcos Serra Lima / G1)

Como de hábito, o Prêmio da Música Brasileira laureou tradições da MPB na 29ª edição, cujo mote foi homenagem ao cantor e compositor carioca Luiz Melodia (1951 – 2017).

Houve eventuais premiações fora desse universo da MPB – como a dupla vitória, na categoria Canção Popular, de As Bahias e a Cozinha Mineira, banda nomeada várias vezes como As “baianas” e a Cozinha Mineira no texto dito pela apresentadora Camila Pitanga. Erro corrigido, momentos depois, por Débora Bloch, a outra apresentadora da festa-show dirigida pelo empresário José Maurício Machline, criador do prêmio.

Contudo, no todo, o Prêmio da Música Brasileira seguiu mais uma vez a vocação para valorizar a MPB. Seja dando a João Donato e a Donatinho o troféu de Melhor álbum eletrônico por Sintetizamor, seja laureando duas vezes Mônica Salmaso na categoria Regional por conta do irretocável álbum Caipira.

Não por acaso, a categoria MPB foi a que menos surpreendeu. O melhor álbum foi o de Chico Buarque, Caravanas. O melhor cantor foi João Bosco. Já a melhor cantora foi Zélia Duncan, autora dos fluentes textos que perfilaram Luiz Melodia ao longo da noite entre premiações e números musicais.

Não por acaso também, a categoria Pop / Rock / Reggae / Hip hop / Funk – em tese, criada para contemplar artistas e discos fora do universo da MPB – premiou Gal Costa como melhor cantora, Chico César pelo álbum Estado de poesia ao vivo e os Novos Baianos como melhor grupo.

No terreirão do samba, Moacyr Luz – em momento feliz da carreira – foi o grande vencedor, pelo trabalho coletivo com o Samba do Trabalhador. Já Criolo faturou com justiça o prêmio de melhor cantor, mas perdeu na categoria em que mais merecia ganhar: o de melhor álbum de samba por Espiral de ilusão. Já Leci Brandão foi justamente eleita a melhor cantora e mereceu a ovação da plateia.

Ovação merecida, aliás, também recebeu a dupla sertaneja As Galvão ao subir ao palco para receber troféu na categoria Regional. Enfim, fiel às próprias tradições, o Prêmio da Música Brasileira fez mais uma vez a festa da MPB.

G1


Os comentários a seguir são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.
// //