A Polícia Civil, por meio da Delegacia de Crimes contra o Patrimônio (Roubos e Furtos) de João Pessoa, em conjunto com o Grupo Tático Especial (GTE) da 6ª Área Integrada de Segurança Pública (Aisp), com sede na cidade de Alhandra, no Litoral Sul, desarticulou uma quadrilha acusada de praticar assaltos a empresários e a postos de combustíveis, além de estabelecimentos comerciais na Paraíba, no Rio Grande do Norte e em Pernambuco. A prisão de sete pessoas aconteceu na quarta-feira (8), em uma fábrica de cimento, na Capital. Na ação policial, foram apreendidos veículos, armas e munições.

Fazem parte do grupo: Ivanei de Souza Ferreira, Daniel Pedro Magalhães, João Neto de Oliveira, Jailson Francisco Lima, Flávio Araújo Santana, Fábio Alberto Batista de Luna e Viviane Roseno Pereira (companheira de Daniel). Todos já tinham passagem pela polícia por envolvimento com outros crimes, além dos assaltos. Segundo o delegado titular da Roubos e Furtos da Capital, Erilberto Maciel, as investigações apontaram que o chefe da quadrilha era Ivanei de Souza e que ele é quem levantava informações das vítimas e reunia os criminosos para a prática dos assaltos.

Em coletiva de imprensa na manhã desta quinta-feira (9), na Central de Polícia, em João Pessoa, os quatro delegados que ficaram à frente das investigações explicaram o modo como o grupo agia, escolhendo as vítimas e juntando recursos para iniciar outra modalidade de crime, como a explosão de caixas eletrônicos.
De acordo com Aneilton Castro, delegado titular da seccional com sede em Alhandra, os presos eram investigados há mais de dois meses, depois de cometer vários roubos em agências de ‘Pague Fácil’ na cidade de Alhandra, Pitimbu e em outros municípios.

“Começamos a identificar alguns integrantes desta quadrilha que praticava os roubos no Litoral Sul e após algumas informações entendemos que se tratava de um grupo extremamente organizado e que estava em João Pessoa no intuito de realizar assaltos a fim de se capitalizar para executar crimes maiores”, disse. Ele acrescentou que o grupo foi preso após um assalto a um empresário, na Avenida Beira Rio. “Depois da ação, eles foram para o local onde se articulavam, um restaurante na Ilha do Bispo que pertence à Viviane, uma das integrantes da quadrilha. Lá eles dividiam o dinheiro e planejavam novas ações”, afirmou.

Grupo escolhia vítimas – O delegado Aldrovilli Grisi, que foi responsável pela prisão em flagrante do grupo, disse que os sete presos participavam de uma associação criminosa, na qual cada um dos integrantes tinha sua função definida. “Eles eram muito rigorosos na escolha das vítimas. Sabiam o dia, a hora e a quantia que iriam roubar, além de estarem articulados com criminosos de outros estados. Para a realização do assalto da Avenida Beira Rio, eles estavam com olheiros o tempo inteiro. Sabiam que no primeiro dia após a greve dos bancos, a vítima iria depositar uma alta quantia e organizaram a abordagem violenta. Mas, após a ação, acabaram sendo surpreendidos por outro grupo de assaltantes que levaram parte do dinheiro. Ainda estamos levantando mais informações, mas suspeitamos que um dos integrantes desta quadrilha presa tenha ligações com outro grupo criminoso”, ressaltou Aldrovilli.

O delegado Aneilton Castro disse ainda que os integrantes da quadrilha presa portavam identidades falsas, por possuírem mandados de prisão em aberto. “Eles sabiam que em uma simples abordagem de trânsito poderiam ser pegos e por isso estavam com os documentos falsos para dificultar a repressão policial”, esclareceu.

Os presos vão responder pelos crimes de receptação, roubo qualificado, associação criminosa, falsidade ideológica e porte ilegal de arma. O delegado Erilberto Maciel ressaltou que a população que foi vítima de assaltos praticados pelo grupo pode procurar a delegacia de roubos e furtos de João Pessoa para repassar mais informações. “É importante que a comunidade nos ajude a identificar todos os atos criminosos praticados por eles”, disse.

Outros crimes – Os delegados informaram que o chefe da organização criminosa, Ivanei Sousa Ferreira, tinha participado de um assalto ao Posto da Manzuá, na saída para o Rio Grande do Norte (RN), em 2008, quando foram levados armamentos dos policiais. Disseram ainda que outro integrante do grupo, Josimar João de Oliveira, era fugitivo do sistema prisional de Pernambuco, sendo um dos dez criminosos mais procurados pela Secretaria de Segurança daquele Estado por vários crimes, entre eles a explosão do Presídio de Igarassu (PE). Além desses dois, Jailson Francisco Lima foi identificado como integrante de uma organização criminosa de São Paulo (SP) e já tinha cumprido pena no Presídio de Catanduva (SP).