Política

PMDB reelege Temer presidente, reforça aliança com PT para 2014, mas Rio gera in


02/03/2013

O vice-presidente Michel Temer foi reeleito para a presidência do PMDB em convenção do partido neste sábado (2) em Brasília. Temer era o candidato da chapa Unidade, a única a disputar os cargos da executiva do partido. O evento reforçou a aliança do partido com o PT visando à reeleição da presidente Dilma Rousseff em 2014.

No entanto, a disputa pelo posto de candidato da coalização ao governo do Rio de Janeiro no ano que vem ainda gera incertezas. Os pré-candidatos são o senador petista Lindbergh Farias e o peemedebista Luiz Fernando Pezão, atual vice-governador fluminense.

No total, foram 545 votos para a chapa, 14 votos não e 16 votos em branco.

No evento, lideranças PMDB e do PT destacaram a importância da aliança entre as siglas. Para o vice-presidente Michel Temer, presidente do partido, a aliança é "indispensável a inafastável", "para o bem de todo o Brasil".

Em discurso, o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, se posicionou no mesmo sentido. "Insatisfações existem, mas não podemos esquecer que o PMDB foi o partido que ensinou ao Brasil que fazendo alianças [se consegue governar]. Essa aliança é o vice-presidente Michel Temer, é a presidente Dilma Rousseff", falou Cabral. "Nós temos que ter aliança. Com respeito à diversidade, mas com um programa comum, sabendo respeitar as características de cada partido."

O senador Renan Calheiros (AL), presidente do Senado, também defendeu a parceria. "Saio daqui com a certeza que o PMDB vai ajudar o Brasil, vai garantir a governabilidade. O PMDB, em todos os momentos, nas crises ou não, foi o pilar da democracia", disse Renan.

"Em 2014 vamos colher os frutos do nosso trabalho, da nossa competência. Para tornar em 2014 Michel vice-presidente e a presidenta Dilma reeleita", acrescentou o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN).

A presidente Dilma, apesar de não ter falado explicitamente de 2014 em seu discurso, também destacou o papel da aliança e disse que ela terá "vida longa". "Hoje nós estamos dando mais um passo na nossa aliança. O PMDB é protagonista de uma as maiores coalizões formadas para governar o Brasil", declarou Dilma.

A presidente também elogiou o partido de seu vice. "O PMDB nunca faltou ao meu governo", declarou.

Estive presente no evento o presidente do PT, Rui Falcão, que leu uma carta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que relembrou os peemedebistas históricos, como Ulysses Guimarães e Mário Covas.

Segundo o senador Valdir Raupp (RO), atual presidente em exercício da legenda, disse que esta foi uma dos mais "animadas" convenções do PMDB, com mais de mil participantes. O encontro aconteceu no centro de convenções Brasil 21, no Eixo Monumental de Brasília.

Disputa no Rio cria saia justa

Apesar da troca de afagos entre petistas e peemedebistas, a disputa antecipada pelo cargo de candidato a governador do Rio de Janeiro em 2014 criou uma saia justa entre os aliados.

No encontro de hoje, o PMDB aprovou duas moções que devem jogar mais lenha na disputa entre Lindbergh e Pezão. Uma moção, aprovada por unanimidade, define que o PMDB terá "candidatura própria a governador em todo o Brasil". Outra moção, proposta por membros do PMDB do Rio de Janeiro, impede palanque duplo. "Fica a executiva nacional com a responsabilidade de articular alianças locais que garantam palanque único, evitando palanque duplo", diz a moção aprovada.

Durante a fala da presidente Dilma e em vários momentos da convenção, os militantes gritavam "Dilma, Cabral e Pezão" e "a juventude já declarou, 2014 é Pezão governador". Eles chegaram a puxar a música "Cidade maravilhosa, cheia de encantos mil", mas pararam no meio.

Os principais líderes do partido não tocaram no assunto, mas o deputado Leonardo Picciani (RJ) declarou que "o Rio de Janeiro não abrirá mão de Luiz Fernando Pezão para governador em 2014". Sua candidatura é inegociável", disse o parlamentar.

Questionado sobre o mal estar no Rio, o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), disse apenas que as eleições são "assunto de 2014".



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