Brasil & Mundo

Pezão: ‘Prefiro que Brasília mande dinheiro do que o Exército’

CRISE FINANCEIRA


07/07/2017

A coluna reclamou, ontem, do que seria a omissão de Pezão nestas tragédias recentes que enlutam o Rio, cobrando que, pelo menos, o governador levasse um pouco de conforto pessoal à família das vítimas.

Pezão reagiu dizendo que tem feito isso, na medida do possível, e que esteve em Nilópolis, na Baixada Fluminense, prestando solidariedade à família do bebê baleado dentro da barriga da mãe. Contou ainda que, diariamente, recebe um relatório sobre o estado da criança, “que está se recuperando, se Deus quiser”.

O governador reconhece que o estado de calamidade financeira do Rio agravou a segurança pública. “Sem dinheiro, eu não posso, por exemplo, pagar o bico dos policiais”. Ele se refere ao Regime Adicional de Serviço (RAS), que permite ao militar trabalhar para a PM em suas folgas, como é comum o policial fazer para empresas privadas. “Eu costumo dizer que prefiro que Brasília mande dinheiro do que o Exército. Afinal, a nossa polícia, mal ou bem, conhece melhor o terreno da criminalidade do Rio”.

Pezão insiste que não foge de sua responsabilidade: “Mas tem hora em que eu me sinto enxugando gelo”. É que o governo federal pouco faz sua parte para evitar a entrada de drogas e armas por terra e mar. “Desde que assumi, vou a Brasília a cada 40 dias, pelo menos, cobrar o aumento de fiscalização nas estradas. Estava entrando fuzil da Venezuela e, depois, das Farc. O ‘Zé’ Eduardo (José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça de Dilma) tinha me prometido reforçar a Polícia Rodoviária com 300 policiais e, até agora, nada”.

Pezão também reclama da legislação e lembra que o estado já apreendeu 2.500 fuzis nos últimos dez anos: “Só que o cidadão é preso, condenado a três anos e, no primeiro ano, já está solto”.

Aliás, a “The economist”, a revista inglesa, publicou, esta semana, que o aumento do uso do Exército no Brasil, para fazer patrulhamento de rua, pode fazer com que a população dê menos valor à PM. Mas essa é outra história.



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