Paraíba

Paraíba segue como segundo estado com mais casos de microcefalia


21/01/2016

O país já soma 3.381 casos suspeitos de microcefalia e outros 230 confirmados, segundo dados do Ministério da Saúde divulgados nesta quarta-feira (20). Os casos ocorrem em 764 municípios de 20 Estados e do Distrito Federal. Entre os Estados, Pernambuco continua com o maior número de casos de microcefalia: desde outubro, são 1.077 casos suspeitos e outros 123 confirmados. Em seguida, estão Paraíba (604 suspeitos e outros 13 já confirmados), Bahia (434 suspeitos e 35 confirmados) e Ceará (208 casos suspeitos e um confirmado).

Além destes, outros 282 casos suspeitos chegaram a ser notificados pelas secretarias estaduais de saúde ao governo federal, o que elevaria a soma para 3.893 casos –tais registros, porém, foram descartados após exames feitos nos bebês.

Entre os casos de bebês que tiveram a má-formação no cérebro confirmada após exames, seis são de bebês que já tiveram resultados positivos para o vírus zika em testes sorológicos.

A análise mais recente ocorreu em um bebê de Minas Gerais, diagnosticado com microcefalia e que teve diagnóstico positivo para o vírus após análise de amostras do líquido da medula.

"Foi o primeiro caso em que a criança nasceu com microcefalia, está viva, e foi identificado o vírus", disse Wanderson Oliveira, coordenador-geral de respostas a emergências em saúde pública. Ele lembra que as outras análises eram de bebês que morreram horas após o parto.

Para o Ministério da Saúde, a descoberta de um sexto caso confirmado para o vírus reforça o elo entre a chegada do zika no Brasil e o avanço inesperado de casos de microcefalia.

O novo balanço informa ainda 49 mortes suspeitas de bebês identificados com a má-formação. Destes, cinco já foram confirmadas. Os demais ainda estão em investigação.

TENDÊNCIA DE QUEDA

Os dados indicam um pequeno aumento em relação à última semana, quando havia 3.530 casos suspeitos em 20 Estados e no Distrito Federal. Na ocasião, porém, o Ministério ainda não havia divulgado o número de casos confirmados e descartados.

Segundo o diretor do departamento de doenças transmissíveis, Cláudio Maierovitch, os dados apontam uma possível tendência de queda nos novos casos de microcefalia no Nordeste.

Hoje, a região concentra 88% dos casos suspeitos e confirmados no país.

"Começamos a assistir uma redução na incidência na curva [de casos] na região Nordeste. Vamos precisar observar para ver se essa tendência se confirma", disse.

Segundo Maierovitch, os atuais protocolos utilizados pelas secretarias de saúde para classificar os casos devem passar por ajustes para tornar as definições mais claras e agilizar a confirmação e descarte dos registros. Ele nega, porém, que haja uma nova mudança nos critérios.

Questionado sobre a possibilidade de aumento nos registros de zika com as viagens no Carnaval, o diretor avalia que a maior circulação de pessoas pelo país não deve ter impacto significativo. "Já identificamos o vírus em praticamente todos os Estados. Pode acontecer que algumas pessoas que estão em lugares com pouco mosquito adquirem o vírus em outro lugar, mas isso não muda a vulnerabilidade dos Estados."

Ele ressalta, porém, que é preciso reforçar as medidas de proteção.

"Zika não se transmite de pessoa para pessoa. Mas pelo tipo de festa que é o Carnaval, pode acontecer que as pessoas que vão com pouca roupa para as festas diurnas fiquem mais expostas ao mosquito. É um momento para a gente insistir nas medidas de proteção tanto no combate ao mosquito quanto na proteção física com o uso de repelente", disse.



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