Educação

Pais acampam em frente às escolas para garantir vagas

Matrículas


07/01/2014

 Durante o final de semana, dezenas de pais acamparam em frente às Escolas estaduais localizadas no Centro e na periferia, na tentativa de garantir uma vaga para seus filhos. As novas matrículas começam hoje e vão até o dia 17 de janeiro. Nas 377 Escolas da rede estadual de Ensino, são ofertadas 13.939 vagas.As filas começaram a ser formadas em frente às unidades Escolares desde sábado, ocasião em que os pais começaram a levar cadeiras para demarcarem o local. Outros levaram até redes e passaram o final de semana dormindo em frente às Escolas Euclides da Cunha, Ayrton Senna, Camilo Dias, Ana Libória, Severino Cavalcante e outras localizadas nas zonas Oeste e Sul.

A manicure Rosalina Mendes disse que desde sexta-feira está revezando o lugar com seu esposo para garantir uma vaga para o filho que irá cursar o Ensino médio na Escola Camilo Dias. Ela destacou que ano passado teve que realizar o mesmo procedimento para garantir a matrícula de sua filha.

“Era para o governo se organizar e manter uma central única de matrículas, evitando que todos os anos centenas de pais fiquem acampados em frente as Escolas. Infelizmente, é necessário ser desta forma, pois caso contrário não conseguiremos vaga para nossos filhos. Moramos no bairro e já aconteceu de sermos obrigados a nos deslocar para o Jóquei Clube em razão de não conseguirmos efetivar a matrícula de nossa filha. Já era necessário planejarem uma outra forma, e evitar este transtorno todos os anos”, lamentou.

Já o office-boy Geraldo Silva, disse que saiu direto do trabalho no sábado a tarde e acampou em frente a Escola Ana Libória com receio de perder a matrícula da filha, que vai cursar o Ensino fundamental. Para sua surpresa, já encontrou alguns pais que desde o período da manhã acampavam em frente ao prédio. “Não tive sequer tempo de almoçar. Os amigos que me deram um lanche e mais tarde pedi a um familiar que trouxesse algo para jantar. É uma situação humilhante, mas se não fizer este esforço minha filha terá que estudar em um bairro mais distante e representará um gasto a mais, já que meu emprego é próximo de nossa residência”, disse.

Os pais que estão dormindo desde o sábado na Escola Euclides da Cunha, informaram à Folha que não lhes resta alternativa. Eles organizaram inclusive uma lista com os nomes de quem está presente, para evitar que outras pessoas sejam beneficiadas sem estarem na fila. “Ano passado uma vizinha foi agredida por impedir que uma pessoa que não estava na lista fosse beneficiada. Todos nós temos família e casa, mas temos que passar por este constrangimento”, criticou uma mãe.

A Assessoria de Imprensa da Secretaria de Educação disse que as filas são desnecessárias, pois há vagas nas Escolas para atendimento da demanda.



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