Esporte

Órgão de mediação suspende Assembleia Geral que definiria futuro de Caboclo na CBF

Assembleia estava marcada para esta quarta-feira


24/08/2021

Rogério Caboclo está afastado da presidência da CBF desde 6 de junho — Foto: Reprodução/Rede Amazônica

GE



A árbitra Paula Forgioni, do Centro Brasileiro de Mediação e Arbitragem (CBMA), suspendeu a Assembleia Geral da CBF, que estava marcada para esta quarta-feira, na qual seria definido o futuro de Rogerio Caboclo, presidente afastado da confederação.

O CBMA é um órgão da justiça privada, cujo objetivo é a resolução de disputas. Ele foi escolhido pela CBF para mediar conflitos internos, e Caboclo decidiu acioná-lo para suspender a assembleia desta quarta.

De acordo com o presidente afastado da CBF, a Assembleia Geral não poderia ter sido marcada sem que se soubesse o resultado da investigação da Comissão de Ética, que será conhecido na tarde desta terça pelos presidentes das federações estaduais. O argumento de Caboclo foi acolhido pela árbitra Paula Forgioni, do órgão de mediação. A data da assembleia havia sido anunciada na última quinta – ainda não há nova data.

Na Assembleia Geral, os 27 presidentes das federações estaduais votarão se concordam ou não com a pena apresentada pela Comissão de Ética. Rogério Caboclo pode ser considerado inocente, se assim a comissão entender, ou pegar penas que variam desde uma simples advertência até o banimento do cartola da estrutura do futebol.

A denúncia contra Caboclo

No dia 4 de junho, uma funcionária da CBF protocolou denúncia de assédio sexual e moral contra Rogério Caboclo. O documento foi entregue à Comissão de Ética da CBF e à Diretoria de Governança e Conformidade.

Entre os fatos narrados por ela, estão constrangimentos sofridos por ela em viagens e reuniões com o presidente e na presença de diretores da CBF. Na denúncia, a funcionária detalha o dia em que o dirigente, após sucessivos comportamentos abusivos, perguntou se ela se “masturbava” – o áudio desta conversa foi revelado pelo Fantástico em 6 de junho. Entre outros episódios, segundo a funcionária, Caboclo tentou forçá-la a comer um biscoito de cachorro, chamando-a de “cadela”.

Dois dias depois da denúncia, em 6 de junho, Caboclo foi afastado da presidência da CBF por 30 dias, por determinação da Comissão de Ética do Futebol Brasileiro. Na ocasião, a entidade informou que o processo seguiria em sigilo. O presidente afastado nega as acusações. Em 3 de julho, a Comissão renovou o afastamento de Caboclo por 60 dias, até o fim da investigação.

Na semana passada, mais uma funcionária da CBF denunciou Caboclo, desta vez por assédio e agressão. A Comissão de Ética abriu uma nova investigação, que ainda não chegou ao fim. A Assembleia Geral votará somente o parecer da comissão sobre a primeira denúncia.



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