Internacional

No discurso de posse, Obama faz apelo pela união dos EUA


21/01/2013



O presidente reeleito dos EUA, Barack Obama, fez nesta segunda-feira (21) um apelo pela união dos Estados Unidos, em seu discurso de posse, dizendo que este é o único caminho para para vencer obstáculos na economia, na educação e na infraestrutura.

"Agora, mais do que nunca, devemos fazer essas coisas juntos, como uma só nação e um só povo", disse Obama diante de milhares de pessoas nas escadarias do Capitólio, sede do Congresso dos EUA, em um discurso em que apelou aos valores americanos e prometeu "alianças fortes" com os parceiros internacionais.

O democrata reiterou o compromisso norte-americano com a liberdade e prometeu, em seu segundo governo, proteger os mais vulneráveis.

Obama disse que, se o país quiser triunfar, ele terá de fortalecer a classe média, e não uma "elite de poucos".

"A prosperidade da América deve repousar sobre os ombros largos da classe média", disse.

O democrata afirmou que esta geração de americanos foi testada por uma década dura, de guerras e crise econômica, que estão acabando, mas tem todas as características que o mundo moderno precisa para seguir adiante.

O presidente reeleito, que adotou um tom apartidário e conciliador, fez uma autocrítica, afirmando que muitos programas do governo são ultrapassados, e disse que o país precisa se lembrar das "lições do passado" ao seguir em frente.

Ambiente

Obama também citou a questão ambiental, afirmando que cabe aos EUA um papel central na preservação do planeta.

‘Responderemos à ameaça da mudança climática, conscientes de que, se não o fizermos, estaremos traindo a nossos filhos e às futuras gerações", disse.

Gays

Obama também citou a questão dos direitos dos homossexuais.

"Nossa jornada não vai estar completa até nossos irmãos e irmãs gays serem tratados como qualquer um sob a lei -pois, se somos todos realmente criados iguais, então certamente o amor que temos uns pelos outros deve também ser igual", disse.

Imigrantes

Obama também afirmou que o país precisa ter "uma melhor maneira de receber os imigrantes".

"Nosso caminho não vai estar completo até que encontremos uma melhor maneira de dar as boas vindas aos esperançosos imigrantes que seguem vindo aos Estados Unidos como a terra da oportunidade", disse.

Cerimônia pública

Obama discursou logo após prestar seu juramento público, nas escadarias do Capitólio, sede do Congresso dos EUA, em uma cerimônia prestigiada pela cúpula do Partido Democrata e também por importantes membros do rival Partido Republicano, como o senador John McCain, derrotado por Obama em 2008, e o congressista Paul Ryan, vice-candidato na chapa derrotada pelo democrata em 2012.

Os ex-presidentes americanos vivos também vieram, com a exceção de George Bush Pai, que está doente, e de seu filho, George W Bush.

Marcaram presença o democrata Jimmy Carter e o também democrata Bill Clinton e sua mulher Hillary, atual secretária de Estado.

Obama assume seu segundo mantado em um tom mais moderado que o adotado em sua primeira e histórica posse, em 2009, mas, segundo analistas, mais livre para deixar seu legado na história dos EUA.

Obama foi reeleito em 6 de novembro, após vencer o republicano Mitt Romney em uma disputa dura nas urnas.
Tecnicamente, diante da Constituição dos EUA, a posse de Obama e a de seu vice, Joe Biden, ocorreram no domingo, em cerimônias discretas.

Quando o dia estabelecido pela Constituição para a posse, 20 de janeiro, cai em um domingo, a festa pública em Washington é protelada para o dia seguinte.

A difícil disputa eleitoral em 2012, o desemprego persistentemente elevado durante o primeiro mandato e confrontos fiscais com a oposição republicana no Congresso – tanto no passado como no futuro – moderaram a esperança que Obama simbolizava quando assumiu o cargo em 2009, quando obteve a vitória sobre o senador John McCain e se tornou o primeiro presidente negro dos EUA.

Na posse pública, Obama, de 51 anos, e Joe Biden repetiram o juramento feito oficialmente na véspera:

"Eu, Barack Hussein Obama, juro solenemente cumprir fielmente as funções de presidente dos Estados Unidos e, em toda a extensão da minha capacidade, preservar, proteger e defender a Constituição dos Estados Unidos", disse Obama.

Obama fez o juramento com sua mão direita levantada e a esquerda sobre duas Bíblias – a de seu antecessor Abraham Lincoln, salvador da União, e a de Martin Luther King, arauto da luta pelos direitos civis nos anos 1960.

O discurso é seguido por um desfile na Pennsylvania Avenue, que liga a sede do poder legislativo à Casa Branca.
A primeira posse de Obama, em janeiro de 2009, provocou um fluxo de cerca de dois milhões de pessoas no Mall, a imensa esplanada no coração de Washington, mas a expectativa é que menos gente tenha vindo desta vez.
Alguns discursos inaugurais ficam para a história, como os proferidos por Abraham Lincoln e John F. Kennedy.

Nova agenda

Obama começa seu segundo mandato em circunstâncias talvez menos difíceis do que em 2009, quando a crise econômica estava em seu auge.

Mas outros assuntos surgiram em sua agenda desde sua reeleição, como a luta contra a violência por armas de fogo após o assassinato de crianças em uma escola de Newtown, em meados de dezembro.

Obama também deve ter mais tempo para se engajar em temas de política externa como Irã, Oriente Médio, Síria e a retirada do Afeganistão, segundo analistas ouvidos pelo G1.

Mas, a exemplo do que ocorreu no primeiro mandato, a relação com o Brasil e a América Latina devem continuar fora do quadro de prioridades do democrata.

Missa e baile

O dia histórico começou com uma missa na Igreja de Saint John’s, perto da Casa Branca e será concluído com o baile de posse no Palácio do Congresso, em Washington, onde milhares de pessoas e uma reunião de celebridades são esperadas, incluindo Stevie Wonderx, Katy Perryx e o grupo de rock Soundgarden.
Milhares de membros das forças de segurança foram mobilizados para proteger o centro da capital americana, convertida em um acampamento. Até agora, a festa ocorre sem problemas de segurança.

 



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