Paraíba

Musiclube faz show memorial e acende retomada de movimento com novas gerações

MÚSICA E POLíTICA


11/10/2015



Terminou em Manifesto lido pelo poeta, compositor e guerrilheiro cultural Pedro Osmar, a apresentação de cinco dos artistas – Paulo Ró, Adeildo Vieira, Pedro Osmar, Milton Dornelas e Paulo de Tarso – componentes do Musiclube, com sinais de retomada do movimento que criou nova referência de lutas dos artistas por mais conquistas, inclusive sociais.

Nas diversas canções apresentadas pelos artistas, ficou evidente nas canções a leitura crítica sobre a conjuntura do mundo com repercussões no País, no estado e na cidade sempre em defesa de avanços sociais.

O cantor e compositor Paulo Ró lembrou as casas e ruas de concreto, “mas o povo continua o mesmo”. Adeildo Vieira lembrou música de Escurinho citando que “tambores já anunciam a chegada” como da manutenção das lutas.

Milton Dornelas assumiu em canção a luta pela preservação de Barra de Gramame, segundo ele, em fase de muita depredação.

Pedro Osmar em seu Manifesto lembrou as agruras do povo culminando na música famosa “Mote do Navio” gravada por Lenine em que exalta – “Lá vem a barca/ chamando o povo/ pra liberdade que se conquista”.

Os artistas deixaram claro que vão retomar o Movimento agregando as novas gerações de artistas.

A Utopia de volta na luta das novas gerações

                                 Por Walter Santos

A apresentação de cinco dos tantos artistas ligados ao Musiclube de João Pessoa– movimento vanguardista da música como instrumento de lutas por melhorias, espaços e estéticas – eis que reacendeu de sábado, 10 de Outubro em diante, a chama ainda tenuamente acesa de um desejo de retomada por mudanças mais acentuadas em busca de conquistas sociais.

Pedro Osmar, Paulo Ró, Adeildo Vieira, Milton Dornelas e Paulinho de Tarso deram um tom de revivência de ritmos e canções fora do modelo padrão vigente de besteirol estético ou de conformação ao modismo vigente.

Na prática, o que se viu e ouviu entre tantos da plateia e da produção cultural presente foi um “grito de guerra” na busca de retomada deste importante movimento sócio – cultural permeando tantas lutas, através da música como passaporte das Utopias.

As canções revividas e/ou as novas expostas no show memorável traduzem a inquietação, a critica e a renovação do exercício por mais conquistas, inclusive sociais, nas quais haja de fato melhores dias para todos enquanto sociedade plural.

No Manifesto lido por Pedro Osmar, nas canções de Paulo, Adeildo (Escurinho) e em Dornelas há um lampejo de coragem para se contrapor ao stablesment de dominação variada dos Modelos de sociedade consumista pouco se lixando para a degradação ainda latente e o fosso existente entre pobres e ricos.

Milton pegou forte na defesa de Barra de Gramame ameaçada por depredadores do mundo civilizado que pensa poder tudo, inclusive afetar ao seu modo os ambientes públicos da fauna e flora, daí a canção protesto de Dornelas.

Todos cinquentões se mostraram afetados pela marca do tempo, mas de longe insinuam o pijama ou a aposentadoria das lides intelectuais, artistas e políticas – base principal de suas existências.

Ainda bem.

 



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