Entretenimento

Mayana Neiva fala de retorno às novelas

5 ANOS NO EXTERIOR


18/01/2018

Mayana Neiva está de volta às telinhas. E ao Brasil. O último trabalho da atriz (a Leandra de “O Outro Lado do Paraíso”) foi na pele de Charlene na novela “Sangue Bom” (2013).

Depois disso, embarcou para Nova York, onde fez cursos. Em quase cinco anos fora do país, ainda esteve na Argentina, Uruguai e Inglaterra.

“Vim [para o Brasil] para a novela especificamente, mas talvez tenha aí uma volta. Não sei ainda. Tenho projetos lá, uma peça em Nova York, que já está 'captada'. A gente está onde nosso trabalho está”, afirma Mayana.

“Sinto que meu percurso fora do Brasil foi de sucesso. Sucesso na dificuldade, sucesso no sucesso, sucesso em aprender, em renascer, sucesso em se colocar no risco. Só no risco a gente aprende”.

Mayana se formou em teatro nos Estados Unidos durante intercâmbio na adolescência, o que fez com que ela criasse uma conexão com o país.
“Eu queria voltar a estudar em uma faculdade, me entregar assim a uma pesquisa, em atuação para cinema, para vídeo, que é uma coisa que muitas vezes no Brasil você aprende fazendo, mas são poucas as escolas que têm estudo sobre isso”, conta.

Durante o período fora, ela estudou em um coletivo de cinema, ficou em cartaz com duas peças, gravou filme e esteve em séries de TV.
“Explorar-se em outra língua era um exercício que, pra mim, foi outra universidade. Assim como é uma universidade trabalhar com a Laura Cardoso”, afirma Mayana, citando uma de suas parceiras de cena em “O outro lado do paraíso”.

“Contracenar com a Laura… Ela está em um puteiro no Jalapão e parece que está no Palácio de Versalhes. Ela tem aquela capacidade de criar magia. Contracenar com essa galera é tipo estar nos braços de Buda”.

Glória Pires é outra atriz que divide cenas com Mayana:

“A Glória é uma rainha. Uma das maiores atrizes da televisão brasileira, é de uma generosidade. Ela tem uma plenitude, paciência, é aberta, um sonho”, afirma Mayana.

Dona de bordel
Em “O outro lado do paraíso”, Mayana interpreta Leandra, uma prostituta que se tornou dona do bordel na segunda fase da novela.

“O que mais me toca nessa personagem é pensar no feminismo, na mulher. O que mais amo na minha profissão é isso. É ser outras coisas que seu nome e sobrenome não seriam. E você entender verdades a partir de dentro”.

Para construir sua personagem, Mayana conta que pesquisou referências no cinema, em documentários e na vida.

“Fui buscar Giulieta Mazina, Fellini, fui nas referências do ‘Cidade Baixa’, de Sergio Machado, documentários sobre a Gabriela Leite. Depois você vai pra vida, conhecer as pessoas que vivem aquela história, vai entender por que elas entram naquele mundo.”

“Conversei com mulheres que foram para fora do Brasil para pagar dívidas de jogo, que entraram na prostituição por razões que você jamais vai saber na hora que você vê uma prostituta”.

Mayana conta que, entre suas pesquisas, ouviu a declaração de uma mulher sueca afirmando que “a prostituição é a última fronteira do feminismo”.

“Eu, como mulher, fiquei chocada com aquilo. Claro, nós como mulheres, gostaríamos de defender essas mulheres e que elas de alguma maneira não estivessem lá", explica.

"A gente tenta proteger, a gente torna a violência contra elas invisível. O que ela fala é que: 'Como a profissão não é legalizada, qualquer crime cometido contra nós é um crime que não existe'. Isso me movimentou muitas questões”.

E essas questões trouxeram uma lição de Leandra para Mayana: “Não julgar ninguém. E nessa segunda fase, principalmente, se divertir”. 



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