Um levantamento da CNI (Confederação Nacional da Indústria), aponta que mais da metade dos estudantes de engenharia abandonam o curso. A média daqueles que concluem a faculdade é de apenas 42,6%. Ao todo, 57,4% desistem no meio do curso.

A pesquisa foi feita com base nos dados do MEC (Ministério da Educação). A análise começou em 2007, ano em que ingressaram 105.101 pessoas em cursos de engenharia de instituições públicas e privadas, e comparou esse número ao de formandos de cinco anos depois, tempo de conclusão do curso.

De acordo com a CNI, nas instituições consideradas elite em engenharia, como o ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica) e o IME (Instituto Militar de Engenharia) a evasão é menor, inferior a 5%.

No setor público, a taxa média de conclusão do curso é de 60%, e no setor privado 40%.

Para o Instituto Lobo para o Desenvolvimento da Educação, a Ciência e da Tecnologia , a causa principal é a deficiência na formação básica em matemática e ciências. “Além disso, muitos deixam o curso devido à dificuldade em pagar as mensalidades nas faculdades privadas. Também contribuem para o alto índice de desistência a desmotivação provocada pela falta de experiências práticas durante o curso e a necessidade muito prematura de escolha de especializações”.

A Confederação Nacional da Indústria informou em nota que acredita que o País precisa melhorar a qualidade dos cursos. “O ENADE (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes) de 2011 aponta que as faculdades de engenharia que obtiveram as notas mais baixas – um e dois – representam 39% do total. Os cursos que têm as melhores notas – quatro e cinco – representam 25%”.