O advogado Paulo Maia, recém eleito para comandar a Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Paraíba (OAB-PB), no próximo triênio (2016-2019), esteve na sede do Grupo WSCOM, na tarde desta quarta-feira (18). Na oportunidade, ele concedeu entrevista a reportagem do WSCOM Online e falou sobre os próximos passos após a consolidação da vitória dentro da categoria; a sua expectativa e as ações que pretende implantar no exercício do mandato; além do processo de transição que deverá iniciar já na próxima semana.

Durante a entrevista, Paulo Maia garantiu que passada a eleição, “o momento é de dar as mãos e de trabalhar em defesa das prerrogativas dos advogados paraibanos”. Ele garantiu que não haverá perseguições sobre os colegas que integram o grupo do atual presidente da OAB-PB, Odon Bezerra e do conselheiro federal da Ordem, Carlos Frederico – derrotado no pleito para a Presidência da Ordem -, e nas três subseções na qual foi derrotado pelo adversário (Cajazeiras, Sousa e Guarabira).

Paulo Maia ainda adiantou que já sabe que encontrará uma OAB-PB com deficiência orçamentária, muito por causa do alto índice de inadimplência perante os advogados inscritos, que beira os 50%; e prometeu como uma de suas primeiras ações na presidência, acabar com o instituto d reeleição na entidade.

Confira os temas abordados na entrevista na íntegra:

Paulo Maia pós-resultado da eleição na OAB-PB
Estamos sentindo um cansaço natural depois de um dia intenso de votação, mas também de uma campanha bem desgastante do ponto de vista físico e psicológico, porém, a sensação de dever cumprido e a vitória que é muito gratificante. Tem a responsabilidade que o cargo exige também. Então a gente está com essa mescla de sentimentos, mas encarando tudo de uma maneira muito natural.

Postura para comandar a Ordem
União. Quando unidos somos mais fortes. Eu entendo que a política que levou a campanha eleitoral acabou ontem quando saiu o resultado final. Voltamos a ser advogados, cada um vai cuidar da sua vida e cada um também tem o dever de contribuir para o aprimoramento da classe e da entidade, que eu acredito que isso deve ser feito a partir de agora por todos, os ganhadores e aqueles que não lograram êxito desta vez.

Contato com adversários
Nós já conversamos hoje. Com Carlos Frederico foi hoje a tarde, Odon [Bezerra] me ligou pela manhã, já nos cumprimentamos de forma republicana. Exercemos não só o dever protocolar, mas de respeito, de urbanidade, de conversar e de nos cumprimentar e também de iniciar a fase de transição entre a gestão que sai e a que iniciará.

Relação com as subseções onde foi derrotado
Não haverá nenhum problema quanto aos advogados que são abrangidos pelas subseções de Sousa, Guarabira e Cajazeiras, que tem seus presidentes, e diretorias próprias. Nossa relação será institucional e harmônica, em parceria, sem nenhum problema, e irá continuar, não haverá política de retaliação, nada dessa natureza.

Transição
Já conversei com o atual presidente, Odon Bezerra, e creio que a transição ocorra o mais rápido possível, e sem problemas. Essa semana que vem nós já deveremos iniciar os trabalhos da Comissão de Transição.

Campanha dura
Nós sabíamos que isso iria acontecer, porque a idade já nos dá uma experiência do que acontece em outras campanhas políticas e o que poderia acontecer nesta, e ocorreu realmente o que esperávamos. É muito chato, é lamentável quando você é atacado, quando você é ofendido na sua honra. Ninguém quer isso e eu fiquei muito chateado na hora, óbvio, eu sou humano, mas depois procurei entender que isso, infelizmente, fazia parte do processo. Graças a Deus não tinha nada que pudesse denodar ou acusar a minha honra, minha família sempre ficou muito tranquila com relação a isso, meus amigos também, as pessoas que me conhecem e eu fui resiliente, segui adiante, em frente, caminhando, com a política do silêncio, sem responder, porque a gente sabia que a categoria já nos conhecia, já sabia quem nós éramos. Portanto, não seria a campanha baixa, através de fakes ou coisas dessa natureza que iriam nos prejudicar.

OAB guardiã da democracia
A OAB da Paraíba voltará sim a ser uma entidade guardiã da democracia, dos direitos humanos, da Constituição Federal e, sobretudo, em defesa das prerrogativas dos advogados.

Crise orçamentária
Com essa reunião da Comissão de Transição nós vamos saber de fato qual é o grau de dificuldade orçamentária. Como está a questão dos débitos, o que se tem em caixa para poder iniciar o ano, para assim podermos ter uma posição real e efetiva sobre a situação orçamentária da OAB. Infelizmente, um dado histórico que é a inadimplência sempre orbita em torno de 50%, essa é uma coisa que já acontece, e que é histórica. Nós iremos procurar reverter, sendo muito cauteloso, com a contenção de gastos, seja cortando na própria carne para que não haja um agravamento da situação deficitária.

Fim de reeleição na OAB-PB
No que depender de mim sim, tanto por uma questão interna como também de querer propor pra que regimentalmente seja extinto a reeleição na OAB da Paraíba.