Política

Justiça suspende assembleia de acionistas da JBS

IRMÃOS ACIONISTAS


01/09/2017

A Justiça suspendeu por 15 dias a assembleia extraordinária de acionistas da JBS, que ocorreria nesta sexta-feira (1), informou a empresa. Na reunião, seria votado o afastamento da família Batista do comando do frigorífico, a pedido do BNDES, sócio minoritária.

A liminar foi concedida a pedido da FB Participações, holding da família Batista que controla o frigorífico.
Ontem, uma outra liminar havia proibido os controladores de votarem na assembleia, atendendo a solicitação da BNDESP e da Caixa, que também tem participação na companhia. A alegação é de conflito de intresses.

"Os dois itens vedados ao voto dos controladores tratam de medidas a serem tomadas pela companhia com vistas à responsabilização dos gestores por prejuízos causados à empresa e de autorização da companhia para indenizar e manter indenes seus administradores", disse o BNDES, em comunicado.

O banco de fomento, por meio do seu braço de participações, o BNDESPar, é o maior acionista minoritário da JBS, com participação de cerca de 21%. A Caixa Econômica tem cerca de 4% da empresa. Os irmãos Batista são controladores, com 42%.

Briga de acionistas

O BNDES pretende defender em assembleia de acionistas que a JBS abra um processo de responsabilidade contra os irmãos Wesley e Joesley Batista e outros ex-executivos da empresa por prejuízos causados à companhia.

O banco de fomento também afirmou que vai defender a saída de Wesley Batista da presidência executiva da companhia.
O BNDES já tinha pedido à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), órgão regulador do mercado de capitais, o afastamento dos irmãos na votação da assembleia. A CVM, no entanto, decidiu por unanimidade que os Batista poderiam votar na assembleia.

Na segunda-feira, a maioria do conselho de administração da JBS decidiu pela manutenção de Batista na presidência da companhia.
Em comunicado, a JBS afirmou que "há razões concretas que permitem crer que o impedimento do senhor (Wesley) Batista, consequência da ação de responsabilidade contra ele, seria neste momento prematuro e, portanto, prejudicial à companhia".

A empresa afirmou ainda que não existem "elementos objetivos fundados em estudos e avaliações profissionais capazes de imputar ao senhor Wesley Batista a autoria de dano à companhia".

Delações premiadas dos irmãos Joesley e Wesley em maio envolveram o presidente Michel Temer em denúncias de corrupção. Depois disso, Temer nomeou para Paulo Rabello de Castro para presidir o BNDES, após renúncia da ex-presidente Maria Silvia Marques. O novo presidente do BNDES passou a defender publicamente a saída da família da gestão da JBS.



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