Um conto tragicômico que levanta questões como quem somos, o que queremos e o que podemos ser. Assim pode ser resumido o roteiro de “Juan Salvador Tramoya”, espetáculo que a companhia La Mona Ilustre (Chile) apresentará nesta quinta-feira (18), dentro da programação da 7ª noite da I Mostra Internacional de Teatro (MIT) João Pessoa Encena. A apresentação é uma das principais atrações do dia e terá como palco o Teatro do Sesi (Trincheiras), a partir das 21h. 

No Teatro Lima Penante (Centro), a atração será o espetáculo “Secante”, da Épica Cia. de Criação (Teresina, PI), a partir das 18h. No Galpão do grupo Quem Tem Boca é Pra Gritar (Varadouro), um dos anfitriões da mostra, quem se apresenta é a Cia. do Abração (Curitiba, PR), com a peça “O Olhar de Neuza”, a partir das 20h.

O acesso à programação é gratuito e os ingressos serão distribuídos com duas horas de antecedência no caso de locais fechados, sujeitos à lotação, como os Teatros Lima Penante e do Sesi. Para apresentações em praças e locais abertos, não haverá necessidade de senhas.

Intercâmbio – Na parte de intercâmbio e formação artística, a companhia chilena La Mona Ilustre compartilhará sua experiência e técnica por meio de uma vivência teatral gratuita das 9h às 12h, no Espaço Cultural José Lins do Rego (Tambauzinho). A atividade tem como público alvo atores, pesquisadores, diretores e estudantes da área de artes cênicas.

A companhia chilena reúne integrantes de diferentes origens e nacionalidades. O grupo tem cinco anos de dedicação em que essas diferenças foram combinando e convergindo para um objetivo comum: contar histórias. Em suas apresentações, a companhia tenta falar sobre o ser humano, suas fraquezas, suas misérias, seus tesouros escondidos, acreditando que o teatro é uma boa forma de lidar com as coisas que nos interessam e movem as pessoas. A experiência da companhia será compartilhada durante a vivência teatral com o ator Diego Hinojosa (ator) e Miguel Bregante (diretor e técnico).

À tarde, a partir das 14h, acontecerá a mesa de diálogo “Mostras e Seus Caminhos”, que terá como palestrantes Kil Abreu (São Paulo, SP), Valmir Santos (São Paulo, SP) e Paula de Renor (Pernambuco) sob mediação de Osvaldo Anzolin (João Pessoa, PB). A discussão orbitará sobre o panorama de algumas das principais Mostras que acontecem no país, partindo de conceitos que foram adotados com o passar dos anos, de desafios que surgiram durante as edições. A ideia é tecer uma rede de novas perspectivas de crescimento e difusão desses importantes eventos artísticos de formação de plateias.

Sobre o evento – O evento, que teve início na sexta-feira (12) e se estende até domingo (21), acontece em diferentes pontos da cidade como as praças da Paz (Bancários), da Amizade (Rangel) e Coqueiral (Mangabeira), além do Teatro do Sesi, Centro Cultural Piollin, Usina Cultural Energisa, Espaço Cultural José Lins do Rego, UFPB e palcos alternativos como o galpão do Grupo Quem Tem Boca é Pra Gritar, localizado no Varadouro. A programação é 100% gratuita e durante os dez dias da MIT – João Pessoa Encena, o público poderá assistir a espetáculos e participar de oficinas, palestras e debates. O objetivo de um evento desta magnitude é possibilitar o acesso da a população ao que de está sendo produzido nos palcos brasileiros.

A programação completa está disponível no site do evento (www.mitpb.com.br), onde o público encontra informações sobre convidados para as mesas de diálogos e sinopses dos espetáculos. Em sua primeira edição, a Mostra, surge como uma das mais representativas do segmento teatral até então realizada na capital paraibana.

Com patrocínio da Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP), por meio da sua Fundação Cultural (Funjope) e da Caixa Econômica Federal, a mostra é realizada pelo Instituto Artemanha de Artes e tem correalização da Dupla Face Companhia de Teatro. A ideia é inserir a capital paraibana em definitivo no mapa dos grandes eventos artísticos de nível internacional.

Homenagem a Fernando Teixeira – Em sua primeira edição, o evento homenageia o ator e diretor Fernando Teixeira, que acumula mais de 50 anos de experiência em teatro. O ator e diretor paraibano Fernando Teixeira nasceu em Conceição, tem mais de 50 anos de atividade teatral e vem conquistando cada vez mais espaço no cinema e na televisão do país. Além das dezenas de espetáculos encenados – entre eles o Auto da Compadecida, Papa Rabo, Anayde, 15 anos depois e Fogo Morto – o homem do teatro, como é celebrado na Paraíba, também se dedica desde produções nacionais do cinema brasileiro a citar Baixio das Bestas, de Claúdio Assis, como pequenas produções do audiovisual paraibano – a última lhe garantiu o prêmio de melhor ator no Festival Comunicurtas pela atuação no curta-metragem O Hóspede, de Anacã Agra e Ramon Porto Mota.

O teatrólogo paraibano integra o Grupo Bigorna de Teatro, que existe há 45 anos e estará presente na primeira edição da MIT – João Pessoa Encena com fragmentos do espetáculo “Esparrela”, mostrando a atuação do homenageado do evento.

Sinopses de quinta-feira

Grupo: La Mona Ilustre (Chile) / Espetáculo: Juan Salvador Tramoya – Esta é a história de Juan Tramoya, que cuida de um teatro há muito tempo. Um homem com a imaginação fértil que ninguém dá notícia. Um ser invisível que quer ser um ator, mas nasceu enrolado como um parafuso… Nasceu Tramoya, como seu pai, como o avô. Juan Salvador Tramoya é um conto tragicômico sobre quem somos, o que queremos e o que podemos ser. Ésobre as façanhas epicômicas de um homem simples que quer voar. Classificação: 10 anos. Duração: 60 min.

Grupo: Épica Companhia de Criação (PI) / Espetáculo: Secante – O espetáculo retrata a luta árdua do sertanejo para sobreviver em um dos períodos mais críticos de nossa região, a seca. Á Épica encontrou no conto Trinta e Dois de Fontes Ibiapina a essência perfeita para a construção de seu trabalho, uma textualidade forte com detalhes a luta do povo de nossa região. Classificação: 12 anos.

Grupo: Cia do Abração (PR) / Espetáculo: O olhar de Neuza – Os conflitos da mulher madura, que atravessa a fase da menopausa, é o tema de O Olhar de Neuza.

A peça inspirada na obra “A Mulher que Cai”, do escritor curitibano Guido Viaro, narra a história de uma mulher de meia-idade, na tentativa de escapar de seu cotidiano e rever sua vida. Resumindo a trajetória vacilante de Neuza, personagem central, o espetáculo trata de apenas um dia em sua vida, que poderia ser igual a tantos outros, salvo sua disposição de torná-lo uma nova etapa. Neuza é a mulher que organiza e desarruma as roupas em seu armário, veste-se e despe-se, enquanto se prepara para romper com sua rotina. Vestindo-se rapidamente ela parte pelas ruas, à procura de um encontro consigo mesma. Este espetáculo foi o mais premiado, em 2013, no Paraná, conquistando o Troféu Gralha Azul, do Governo do Estado, em cinco categorias: Melhor Espetáculo, Melhor Direção, Melhor Texto, Melhor Atriz e Melhor Composição Musical. Classificação: 14 anos