Saúde

Governo do Estado realiza atividades de combate ao tabagismo


30/01/2015

O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Saúde, realizou diversas atividades na manhã desta sexta-feira (30), no Ponto de Cem Réis, em João Pessoa, como parte da campanha nacional antitabagismo, que visa alertar a população sobre a Lei Nacional Antifumo e os malefícios do cigarro. A Agência Estadual de Vigilância Sanitária (Agevisa) também participou das atividades.

Foram ofertados serviços de saúde como o teste que estima o grau de dependência de nicotina, além de apoio psicológico ao fumante, orientações sobre tabagismo, distribuição de material educativo e divulgação dos locais de atendimento para o tratamento do fumante. Esse trabalho está sendo realizado nacionalmente pela Organização Não Governamental Aliança de Controle do Tabagismo (ACT).

A campanha tem o objetivo de divulgar a Lei Nacional Antifumo que já existia, mas passou a vigorar em dezembro de 2014. “A intenção é que as pessoas tomem conhecimento da lei e, ainda, que sejam feitas fiscalizações para mostrar que ela tem poder”, disse a chefe do Núcleo de Doenças e Agravos Não Transmissíves, da Secretaria de Estado da Saúde (SES-PB), Gerlane Carvalho.

De acordo com ela, a função da SES-PB é trabalhar ações de prevenção, promoção da saúde e atividades que envolvam o tratamento do tabagista. “Nós sempre estamos trabalhando com campanhas contra o tabagismo. Aqui, por exemplo, ofertamos serviços de atendimento e exames para os fumantes que, inclusive, chegam até nós de maneira espontânea. Nossa missão é conscientizar estes fumantes sobre os malefícios do cigarro, mas também incentivá-los a parar de fumar e fazê-los buscar ajuda profissional”, comentou.

A diretora geral da Agevisa, engenheira de Alimentos Glaciane Mendes, disse que “o hábito de fumar continua sendo um dos maiores problemas de saúde pública no nosso País, e as substâncias introduzidas no organismo dos fumantes são responsáveis por uma infinidade de doenças que os levam a viver bem menos que os não fumantes”.

Conforme enfatizou a diretora técnica de Ciência e Tecnologia Médica e Correlatos da Agevisa/PB, Helena Lima, a campanha realizada nesta sexta-feira (30) teve caráter educativo de conscientizar os fumantes de que é perfeitamente possível parar de fumar e de que o cigarro é um dos principais agentes de morte por câncer e outros problemas graves de saúde, dentre os quais doenças cardiovasculares e cerebrovasculares, respiratórias e de pele, e ainda infertilidade e impotência sexual.

Participando, também, do evento, o pneumologista e apoiador da ACT na Paraíba, Sebastião Costa, comentou que a função principal da ação é aproximar a sociedade para a luta de combate ao fumo. “As pessoas precisam ter ainda mais consciência de que fumar é nocivo. O cigarro tem 4.720 substâncias, 60 delas cancerígenas e provocam 56 doenças – entre elas a bronquite, o enfisema, o infarto do miocárdio e o câncer de pulmão”, observou. Sebastião atenta, ainda, para os malefícios do cigarro para os não-fumantes: “De 100 pessoas que desenvolvem câncer de pulmão, 90 são fumantes ativos e pelo menos quatro são fumantes passivos”.

Ceriza Spinellis tem 49 anos e fuma há 34. Procurou os serviços para conseguir parar de fumar. “Já tentei parar com o vício outras vezes e não consegui. Decidi buscar ajuda profissional porque eles, além de fazerem os exames para verificar como anda minha saúde, me orientam em como seguir com a escolha de largar o cigarro”, comentou.

Lei Antifumo – No Ponto de Cem Réis também foi massificada a informação de que a Lei Antifumo agora é nacional, sendo, portanto, proibido fumar em locais fechados (públicos ou privados) de uso coletivo em todo o Brasil. A nova lei protege a população do fumo passivo, desestimula o tabagismo, melhora a qualidade do ar e ainda coloca o Brasil em um patamar que muitos países não alcançaram.

Segundo as informações constantes de impressos distribuídos à população, não existem níveis seguros de exposição à fumaça do tabaco, por isso fumódromos não são mais permitidos. Pelas regras atuais, ao fumante só é permitido fumar em casa, em áreas ao ar livre, parques, praças, estádios de futebol (somente em áreas abertas) e nas vias públicas.

Em casos de violação da lei, podem ser feitas denúncias perante a Anvisa e as Vigilâncias Sanitárias Estaduais e Municipais, como também junto ao Ministério Público, ao Ministério Público do Trabalho e aos Procons.A Lei Nacional Antifumo proíbe o fumo em ambientes fechados, de uso coletivo, ou parcialmente fechados. Não existem níveis seguros de exposição à fumaça do cigarro, por isso, fumódromos não são mais permitidos.

Dados – Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Paraíba tem 453.546 fumantes, sendo 89.784 destes em João Pessoa. O tabagismo é um dos fatores de risco mais fortes para o aparecimento de câncer na população paraibana – a segunda causa de morte. Nos últimos dois anos, 734 pessoas morreram na Paraíba em decorrência de câncer de brônquios e pulmões.

O tratamento para parar de fumar é totalmente gratuito pelo SUS e nem todos os fumantes precisam fazer uso de medicamentos para acabar com o vício. “Alguns param de fumar só com acompanhamento psicológico. Depende do grau de dependência da nicotina, que é avaliado pelo médico. Os pacientes que têm um grau de dependência maior precisam da medicação”, esclareceu Gerlane Carvalho.

Os hospitais de referência no Estado no combate aos tipos de câncer relacionados ao uso do tabaco – pulmão, esôfago e laringe – são o Napoleão Laureano, Oncoclínica e Hospital Universitário Lauro Wanderley, em João Pessoa, e Hospital da Fundação Assistencial da Paraíba (FAP) e Hospital Universitário Alcides Carneiro (Huasc), em Campina Grande.



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