Um estudante de 15 anos, que não vamos revelar o nome a pedido da família, aluno do Colégio GEO Sul, localizado no bairro Jardim Cidade Universitária, em João Pessoa, foi classificado oficialmente no último mês de agosto, para participar de modalidade prática na etapa nacional da Olimpíada Brasileira de Robótica, que acontece entre os dias 29 de outubro a 1 de novembro, em Uberlândia-MG.

Já de malas prontas e entusiamo estampado no rosto, o sonho de competir nacionalmente foi adiado. É que, na véspera da viagem, o jovem foi informado pela diretoria do Colégio, que não participaria mais da olimpíada, pois, não havia viabilidade financeira, por parte da escola, para o custeio das despesas da viagem.

Segundo a mãe do jovem, que vamos identificar apenas pelo primeiro nome, Karine, a escola teria se responsabilizado pela inscrição e todo o custeio do aluno na competição. Ela entrou em contato com a redação do WSCOM Online e falou sobre a frustração que o impedimento causou ao jovem e à família. “Fomos informados pelo diretor da unidade, Fernando Barbosa, que a escola não tinha obrigação de pagar nada. Porém, eles pediram os documentos do meu filho para compra de passagem, hospedagem e o que fosse preciso. Estava claro que eles iam providenciar tudo. O que nos deixou extremamente chateados é que não avisaram à família a tempo. Chamaram meu filho um dia antes e simplesmente disseram que ele não viajaria mais. Não tivemos tempo para reagir”, contou.

A família do estudante é paulista e mora em João Pessoa há quatro anos. Caso fosse classificado na etapa nacional, participaria da categoria RoboCupJr Rescue Line em 2016, na Alemanha.

“Meu filho passava 15h por dia trabalhando nesse projeto. Ele ia para a escola pela manhã e só voltava a noite trabalhando, empenhado no seu robô. Ele é apaixonado pela robótica. Em 2014 juntou dinheiro para comprar um Kit Robótica da empresa Lego, que não é muito barato aqui no Brasil. Seu pai fez uma viagem aos Estados Unidos e ele pediu para que ele trouxesse de lá. Foram meses de esforços, trabalho e dedicação”, ressaltou Karine.

Olimpíada Brasileira de Robótica (OBR)
A Olimpíada Brasileira de Robótica (OBR) é uma das olimpíadas científicas brasileiras apoiadas pelo CNPq que utiliza-se da temática da robótica – tradicionalmente de grande aceitação junto aos jovens – para estimulá-los às carreiras científico-tecnológicas, identificar jovens talentosos e promover debates e atualizações no processo de ensino-aprendizagem brasileiro. A OBR possui duas modalidades que procuram adequar-se tanto ao público que nunca viu robótica quanto ao público de escolas que já têm contato com a robótica educacional. Anualmente a OBR elabora e gere a aplicação de provas teóricas e práticas em todo o Brasil utilizando essa temática. A OBR destina-se a todos os alunos de qualquer escola pública ou privada do ensino fundamental, médio ou técnico em todo o território nacional, e é uma iniciativa pública, gratuita e sem fins lucrativos.

– A redação do WSCOM tentou falar com o diretor da unidade, Fernando Barbosa, mas não conseguiu contato com o professor. Estamos abertos para que a escola, caso queira, também se pronuncie sobre o assunto.