Futebol

Fluminense pode perder patrocínio master da Unimed em 2014, diz André Rizek

em 2014


15/08/2013



 Uma longa parceria no futebol, de 14 anos deverá acabar no final do ano. Principal patrocinadora do Fluminense desde 1999, a Unimed deve modificar o formato de investimento no futebol do Tricolor após possíveis alterações no comando da empresa em 2014. A empresa deixaria de ser a patrocinadora master do uniforme do clube, tendo a marca apenas a manga da camisa, segundo o jornalista do SporTV André Rizek. Duas pessoas ligadas à empresa informaram que, muito provavelmente, o modelo de patrocínio será modificado na próxima temporada (assista ao vídeo com todo debate).

– Uma notícia que a gente sabe que as pessoas vão negar, mas que estamos apurando, e vamos afirmar aqui no "Redação SportTV", muito embora a empresa envolvida vá negar em nota oficial quando for consultada, porque é o papel dela. No início do ano que vem, a empresa que hoje patrocina e é parceira do Fluminense vai passar por um processo de sucessão. Vai ter uma eleição. É muito provável, não posso dizer que isso vai acontecer, pois ainda faltam alguns meses, mas tudo caminha para que a empresa mude os moldes da sua relação com o Fluminense.

Passar de grande investidora do futebol tricolor para um patrocinador de manga. Se vocês consultarem, muito provavelmente, vão negar a informação. Mas é fato. Conversamos com mais de duas pessoas dessa empresa e tudo leva a crer que a partir do ano que vem a relação mude. Aí começam as dúvidas de como vai ficar o Fluminense a partir do ano que vem – disse André Rizek.

O jornalista Carlos Eduardo Mansur, do jornal o "O Globo", levantou duas questões sobre a possível redução do investimento da Unimed. Se o clube terá estrutura para sobreviver sem a verba e se o departamento de futebol tem um plano consistente para o clube, sem ser refém das preferências de investidores.

– São duas grandes interrogações que vão se colocar a partir daí. Primeiro, estaria o Fluminense preparado para sobreviver sem o patrocínio? O que talvez seja o lado pior e mais grave da coisa. Muita gente afirma que não tem essa estrutura para sobreviver sem esse suporte. A forma que se relaciona a patrocinadora, quase como um comando duplo dentro do futebol do Fluminense, gera situações desconfortáveis. Por vezes dão a sensação que não tem uma consistência de um projeto de departamento de futebol. Em especial, o fluxo de investimento aumenta e diminui ao sabor dos desejos de quem comanda, hoje, a patrocinadora. Por vezes se satisfaz com determinado treinador, aí abre o cofre para investimento e reforço de elenco. Por vezes, não. Por vezes, tem gosto pessoal por determinado jogador. Mas também se construiu, ao longo desse período, elencos muito fortes, o que é inegável, como o time que foi campeão brasileiro no ano passado – destacou.

Mansur usa o exemplo do Corinthians, campeão brasileiro em 2011, da Libertadores e do Mundial em 2012, e adversário do Tricolor carioca nesta quarta-feira, pelo Brasileirão, como exemplo de um bom planejamento a longo prazo para um departamento de futebol

– A gente pode entrar nisso melhor ao falar do jogo entre Fluminense e Corinthians. Existe uma aparente inconsistência de projeto, que é o oposto que a gente vê, por exemplo, no adversário, o Corinthians. Nos últimos cinco anos, apresenta um projeto mais consistente de clube. São os últimos campeões brasileiros, mais com realidade diferentes em seus departamentos de futebol. Se pegar o time de 2009 do Corinthians, o primeiro ano no retorno à elite, é muito diferente do que é hoje. Mas a gente nunca leu, de 2009 a 2013, em início de temporada, que o Corinthians estava reformulando todo o seu time. Ele passou esses anos dando a sensação da manutenção de uma base e fazer modificações aos poucos. Isso aconteceu porque havia um projeto de equipe. Nunca teve um time totalmente novo que precisasse de tempo para se reestruturar.

Ainda de acordo com André Rizek, a avaliação da Unimed sobre o investimento feito no Fluminense não foi ruim. Celso Barros, presidente da patrocinadora e torcedor do clube, pretende continuar no comando da empresa e estuda novas formas de ajudar nos reforços.

– Eles não avaliam que foi um negócio ruim. Avaliam que foi ótimo. Saltou de quarta para primeira empresa no ramo no Rio de Janeiro, ganhou visibilidade. Mas as pessoas da empresa entendem que já deu, é hora de fazer novos investimentos. O Celso Barros, que ainda é o presidente da empresa, já estuda uma maneira de não deixar o clube do coração na mão. Ele poderia formar, a partir do ano que vem, um fundo de investimento para continuar ajudando o Fluminense a fazer as contratações.

O colunista da "Folha de S.Paulo" Fábio Seixas destaca que os interesses das companhias que investem e dos clubes são diferentes. Para ele, a Unimed chegou ao seu objetivo principal ao se tornar líder no ramo no Rio de Janeiro.

– Foi um projeto de marketing como qualquer outro, como poderia ter sido uma campanha publicitária, que agora chegou ao seu resultado. O clube vê essa relação como uma questão de dependência. A empresa vê como mais um negócio – finalizou.



Os comentários a seguir são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.
// //