Saúde

Filha de Temer diz ser a favor do aborto e legalização das drogas

LIBERAÇÃO


28/04/2017



No meio da sala do apartamento de Luciana Temer, em Pinheiros, São Paulo, há dezenas de livros espalhados pelo chão. “Eu me mudei há quase um ano. Está tudo aí porque uma hora vou fazer uma estante”, diz a advogada paulistana, 47 anos, ao me receber para esta entrevista. O motivo da bagunça, ela explica, é a falta de tempo. Para além da criação de Pedro, 16, e Marina, 14, ela dá aulas de direito em duas universidades paulistanas (PUC e Uninove) e comanda o Instituto Liberta, criado em janeiro, para combater a exploração sexual de crianças no Brasil.

A mais velha entre os cinco filhos do presidente Michel Temer, Luciana evita ser reconhecida apenas por essa qualidade. Por causa dela, quase perdeu o emprego de maior projeção de sua carreira, o comando da Secretaria da Assistência Social da prefeitura de São Paulo, na gestão Fernando Haddad.

“Quando recebi o convite, aceitei. Mas Haddad precisou consultar meu pai porque era um cargo do PMDB, visado por outros vereadores.” Temer disse não ao petista. “Fui até a casa dele e perguntei o porquê daquilo. Ele disse que eu apanharia muito por ser sua filha. Respondi: ‘Enquanto você viver, estarei nessa posição. Eu aguento. Você aguenta?’.” O pai recuou. No ano passado, Luciana foi convidada para falar na ONU sobre a experiência que teve no cargo, com o programa de acolhimento a usuários de drogas na Cracolândia. O comando da pasta foi, também, uma experiência turbulenta. Ela estava na prefeitura durante o processo de impeachment, em que o PMDB, partido de seu pai e do qual ela também foi filiada, rompeu com o governo. “Foi difícil, mas meu pai e o Haddad me apoiaram.” Desde então, tem explicado aos filhos como lidar com os ataques dirigidos ao avô.

Nascida no bairro do Pacaembu, onde morava com a mãe, Maria Célia de Toledo, e duas irmãs, Clarissa e Maristela, frequentou colégios católicos paulistanos. Passava as férias em Tietê, no interior paulista, terra natal do presidente. “Ele declamava poemas durante a viagem”, diverte-se. Sonhava em ser psiquiatra, mas, como o pai, formou-se em direito. Casou-se aos 27 anos, com o advogado Fernando Castelo Branco, seu colega de faculdade. Separou-se 15 anos depois. Em 2013, engatou um namoro com o ex-controlador-geral do município, Roberto Porto, que durou até o fim do ano passado. O rompimento foi notícia em colunas de fofocas. “Por que isso pode interessar a alguém?”, reflete, com uma mistura de espanto e indignação.

A seguir, como vive e pensa a poderosa filha do presidente. A íntegra você confere na edição de maio da Marie Claire, que chega às bancas no dia 3.



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