Cinema

Emoção e tom político na abertura do Fest-Brasília

Abertura


17/09/2014

 

A emoção e o tom político marcaram a abertura do 47º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro na noite de ontem no Cine Brasília, que ganhou novo e sofisticado projetor digital. O secretário de Cultura do Distrito Federal, Hamilton Pereira, ao declarar aberto o festival, anunciou o filme “Deus e o Diabo na Terra do Sol”, exibido logo em seguida com cópia restaurada.

Em discurso mais longo e enfático, enalteceu a obra e resumiu a trajetória do cineasta homenageado: “Glauber era o Brasil filmando o Brasil”, lembrando ainda ter sido o filme lançado meses antes do golpe de 64 com uma leitura cinematográfica e poética para o Brasil da época.

Para ele, o filme é um inequívoco “registro de resistência ao arbítrio”, com potencial de “virar a página dos anos de prisões arbitrárias, torturas e mortes que ocorreram durante os anos de Ditadura no país, entre 1964-1985”. E completou, acentuando sua simbologia política: "Ele nos convoca, chama para colocar a nossa cara na frente do espelho, das nossas grandezas e misérias”.

Já a filha do cineasta, Paloma Rocha, subiu ao palco acompanhada do irmão. Henrique Cavalleiro e fez o discurso mais carregado de emoção. “Eu recebo essa homenagem com carinho, orgulho. Acho que, Deus e o Diabo abrir esse festival é uma honra”, destacando que o “festival retoma com vigor seu espírito do cinema de invenção, do cinema que não se apega a gêneros, mas à qualidade dos filmes”. Ela ressaltou ainda que a restauração só ocorreu devido às políticas públicas destinadas ao cinema brasileiro, implantadas pelo ex-ministro da Cultura, Gilberto Gil.

 



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