Economia & Negócios

Dólar fecha em queda pelo 3º pregão seguido, a R$ 3,12


24/03/2015



 

O dólar fechou em queda pelo 3º pregão consecutivo nesta terça-feira (24), no patamar de R$ 3,12, em sessão marcada por sobe e desce. A divisa trocou de sinal pelo menos oito vezes durante o pregão, com investidores ponderando as declarações do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, sobre o programa de intervenções da autoridade monetária no câmbio.

A moeda norte-americana caiu 0,57% frente ao real, a R$ 3,1275 para venda. Na mínima da sessão, a divisa chegou a ser negociada a R$ 3,0924.

Declarações de Tombini
Durante participação em audiência da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, o presidente do BC afirmou que o programa de intervenções no câmbio é importante em um momento de normalização da política monetária norte-americana, mas ao mesmo tempo repetiu que o atual estoque de swaps cambiais já dá conta da demanda por proteção cambial.

A maior parte dos agentes financeiros consultados pela Reuters acreditava que a interpretação mais plausível é que o BC pretende acabar com as intervenções diárias no câmbio, mas rolar integralmente os contratos que vencerão nos próximos meses. Mas essa avaliação não vinha sem uma boa dose de dúvidas.

O operador Jefferson Luiz Rugik, da corretora Correparti, viu nas declarações uma "dualidade". Segundo ele, isso provocou cautela e levou investidores a comprar dólares.

Combinados com o dado de recuperação dos preços ao consumidor norte-americano em fevereiro, que colocou de volta na mesa a possibilidade de uma alta de juros nos EUA em junho, esses ruídos levaram o dólar a anular a queda vista mais cedo e passar a operar em alta ante o real.

Mais tarde, contudo, o dólar voltou a cair, após Tombini afirmar que o BC poderia manter o nível atual de swaps cambiais em circulação, equivalente a cerca de US$ 115 bilhões por "dez, vinte anos".

O mercado também digeria a decisão de segunda-feira da agência de classificação de risco S&P, divulgada após o fechamento do câmbio a vista, de confirmar a nota soberana do Brasil em "BBB-", com perspectiva "estável, citando as mudanças na condução da política econômica no segundo mandato da presidente Dilma Rousseff.

"É um voto de confiança no governo em um momento em que o mercado estava com medo de o Brasil perder o grau de investimento", disse o superintendente de câmbio da corretoraTov, Reginaldo Siaca.

Atuação do BC
Nesta manhã, o BC deu continuidade às intervenções diárias no câmbio, vendendo a oferta total de até 2 mil swaps cambiais. Todos os contratos vendidos vencem em 1º de dezembro de 2015. Também foram ofertados contratos para 1º de março de 2016, mas nenhum foi colocado.

A autoridade monetária também vendeu a oferta integral no leilão de rolagem dos swaps que vencem em 1º de abril. Até agora, rolou cerca de 61% do lote total, que corresponde a 9,964 bilhões de dólares.

 



Os comentários a seguir são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.
// //