Economia & Negócios

Dólar cai 2,8%, cotado a R$ 2,36, com intervenções do BC

Balança


23/08/2013



 Após o anúncio das intervenções diárias do Banco Central (BC) para conter a alta do dólar, a moeda americana chegou a operar em baixa de 2,88%, cotada a R$ 2,36 às 13h39, nesta sexta-feira. A divisa estrangeira chegou a fechar em R$ 2,4320 na venda na quinta-feira, após tocar R$ 2,4196 na mínima do dia.

O Banco Central (BC) decidiu nesta quinta-feira intervir diariamente no mercado de câmbio, com a injeção potencial de US$ 60 bilhões no mercado até o final do ano, em meio a disparada da cotação da moeda americana, na maior intervenção deste tipo desde o auge da crise internacional em 2008.

O objetivo, segundo o BC, é "prover hedge cambial aos agentes econômicos e liquidez ao mercado de câmbio". A moeda americana rompeu nesta semana o patamar de R$ 2,45 e fechou esta quinta-feira com valorização acumulada desde maio de 21,51%. A alta do dólar tem causado preocupação em relação à inflação e ao endividamento das empresas brasileiras.

De acordo com a autoridade monetária, de segunda a quinta-feiras, até o fim do ano, serão ofertados US$ 500 milhões em leilões diários de swap cambial tradicional – equivalente a venda futura de dólares.

Já às sextas-feiras serão realizados leilões de linha – venda de dólar no mercado à vista com compromisso de recompra – de até US$ 1 bilhão. "Isso mostra a firme determinação da autoridade monetária a não deixar que esse câmbio saia do lugar", afirmou o economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito.


Entenda como funciona o swap cambial

O swap cambial – um dos instrumentos financeiros anunciados na quinta-feira pelo Banco Central (BC) para tentar conter a alta do dólar – trata-se de uma operação em que o BC se compromete a pagar aos compradores desse contrato uma taxa de juros pós-fixada, enquanto receberá em troca o percentual de variação da moeda americana neste mesmo intervalo de tempo.

Um exemplo: o BC faz um leilão de swap cambial hoje com vencimento para daqui 12 meses. Supondo que o contrato seja de R$ 1 milhão, isso significa que o BC recebe ao final de 12 meses a variação do dólar nesses próximos 12 meses e em troca paga ao comprador desse contrato a variação da taxa de juros no período.

A operação incentiva que os compradores desse contrato estejam interessados na queda, manutenção ou somente uma pequena alta do dólar (não maior que a variação dos juros nesses 12 meses) para ter que pagar menos do que receberão do BC.

No exemplo do contrato de R$ 1 milhão, se o dólar sobe de R$ 2,45 para R$ 2,70 nos 12 próximos meses, o comprador do swap pagará ao BC essa variação de 10% vezes o valor do contrato (10% dos R$ 1 milhão do contrato igual a R$ 100 mil).

Contudo, ele tem direito de receber em troca do BC a taxa de juros pós-fixada no período. Essa taxa acompanha de perto a variação da Selic (atualmente em 8,50% ao ano). Supondo que a taxa pós acordada entre as partes desse swap tenha ficado nesses 8,50% no período do contrato, o comprador do swap utilizado no exemplo receberá R$ 85 mil (8,50% dos R$ 1 milhão do contrato).

Logo, o comprador desse swap teria perdido R$ 25 mil nessa operação, pois pagou R$ 100 mil e recebeu R$ 85 mil. Isso mostra como esses contratos "incentivam" a contida da alta do dólar por parte dos agentes financeiros que o compram.



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