Futebol

Dilma convoca Bom Senso FC e ouve novas propostas do grupo

Mudanças


11/07/2014



 A derrota da seleção na Copa do Mundo de 2014, após ser goleada pela Alemanha por 7 a 1 nas semifinais, acelerou o ressurgimento do Bom Senso FC diante do público e suas demandas para reestruturar o futebol brasileiro.

O grupo, criado em 2013 por jogadores de grandes clubes, mostrou entusiasmo pelo fato de ter sido convidado pela presidente Dilma Rousseff para uma nova reunião, na próxima semana, em Brasília. A informação sobre o convite foi publicada no blog do jornalista Juca Kfouri, nesta quinta-feira (10).

Em entrevista ao R7, o professor João Paulo Medina, consultor do grupo, disse que, no primeiro encontro, em 26 de maio, a presidente apoiou as principais reivindicações do Bom Senso. Segundo Medina, que é especialista em administração de futebol, as propostas deverão ganhar mais visibilidade após a acachapante derrota brasileira no Mundial.

— Nossa luta por melhorias no futebol não tem relação com os resultados da seleção na Copa. São propostas que vêm sendo defendidas há mais de 10 anos. Falaríamos a mesma coisa se ganhássemos ou se perdêssemos. Mas infelizmente poderemos ser mais ouvidos por causa da derrota.

Medina afirma que o grupo está otimista em relação a este encontro com a presidente.

— Ainda não recebemos convite oficial e nem foram confirmados data e horário. Mas a presidente Dilma quer dar continuidade e colocar em prática aqueles temas que já falamos na primeira reunião, na qual conversamos por duas horas, e que ela viu com bons olhos.

A novidade é que o Bom Senso FC irá apresentar à presidente o Plano Nacional de Desenvolvimento do Futebol, que propõe mudanças governamentais, legislação mais rigorosa para a inadimplência dos clubes, modelos de gestão, projetos de marketing para investidores, questões técnicas e prioridades na formação dos jogadores, entre outros temas.

—No Plano há também um item que aborda a necessidade da regulamentação da atividade do empresário de futebol. Neste momento existe um vale-tudo que só prejudica a formação dos nossos jogadores.

Medina considera um avanço a aprovação, no fim de 2013, da MP 620 que, entre outras exigências, limita os mandatos presidenciais e de diretores esportivos em quatro anos, com direito a apenas uma reeleição. Mas as diretrizes não valem para a CBF e não penalizam os clubes inadimplentes.

—Ainda falta no Brasil uma lei que responsabilize os dirigentes dos clubes que não pagam suas dívidas. Isso seria algo fundamental para modernizar a gestão dos clubes.

Além do fair play financeiro, estarão na pauta questões da primeira reunião, tais como a criação de calendário para todos os clubes, grandes e pequenos, e a violência nos estádios.



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