Política

Couto defende democracia e diz que povo exige Dilma no poder


12/01/2016

Em um discurso inspirado, feito no fechamento do último semestre legislativo, o deputado federal Luiz Couto (PT-PB) defendeu a permanência de Dilma Rousseff (PT) na presidência da República, elogiando o Brasil por respeitar a democracia, os direitos individuais e sociais, os direitos humanos e as liberdades fundamentais, além da independência e a harmonia entre os Poderes instituídos subordinados ao povo.

O parlamentar voltou a afirmar que não há razões para o impeachment de Dilma e citou as manifestações do dia 16 de dezembro, quando milhares de pessoas em todas as unidades da federação saíram às ruas pedindo o respeito à democracia e aos resultados das eleições presidenciais do ano passado.
Para Couto, o movimento pró-impeachment vem de setores autoritários e retrógrados, que têm grande dificuldade em aceitar a soberania do voto popular. Alguns desses vêm da imprensa conservadora, dos grandes conglomerados de mídia, que representam os interesses econômico-financeiros do grande capital privado e internacional.

Além disso, soma-se à onda golpista a Oposição, capitaneada pelo PSDB, que mais de 1 ano depois, se recusa a aceitar o resultado das eleições presidenciais de 2014m, num interminável "terceiro turno" no qual se aliou ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha, para tentar derrubar a presidente.

"Para que o processo fosse legítimo, a Presidenta deveria ter cometido algum crime de responsabilidade, o que não é o caso. Os juristas que emprestaram seu nome à aventura golpista chegaram ao absurdo de incluir as contas do Governo de 2015 como uma das supostas razões para pedir o impedimento da Presidenta. Não custa lembrar que o ano de 2015 sequer chegou ao fim, e as contas deste ano só serão avaliadas a partir do ano que vem", explicou Luiz Couto.

Couto prossegue e cita uma carta dos filhos do jurista Hélio Bicudo. Eles dizem que o pedido de impeachment assinado pelo pai tem o objetivo principal de atingir Lula, de um lado, juntando-se à campanha da mídia conservadora contra a candidatura dele a Presidente em 2018,e, de outro lado, revelando, uma desesperada briga pessoal travada há mais de uma década, motivada pelo não atendimento, por parte de Lula, de pleitos pessoais e mesquinhos de Bicudo.

O deputado petista prossegue e indaga onde está a isenção de Hélio Bicudo, tendo ele apoiado Serra, Alckmin e Marina Silva nas recentes eleições presidenciais.

"O pedido de impeachment não encontra respaldo na Constituição Federal, pois a Presidenta não está diretamente envolvida em crimes de responsabilidade, que é o único caso previsto para a cassação de um Presidente", declarou Luiz Couto, acrescentando que mesmo os adversários mais firmes da Presidenta não imputam a ela nenhum ato de corrupção.

Comparando o movimento golpista à Guerra Fria, Luiz Couto declarou que os instrumentos de tomada do poder foram atualiazdos e não se dão mais pela intervenção militar, mas sim por meio de pedidos de impeachment. "Foi assim com a deposição do presidente Fernando Lugo, do Paraguai. Dezenas de pedidos semelhantes também tentaram – sem êxito –retirar do governo diversos governantes latino-americanos eleitos pelo voto popular. Aqui no Brasil, como os militares estão cuidando apenas de sua missão constitucional, os golpistas apelam agora para o instituto do impeachment".

Mereceu destaque no pronunciamento de Couto, um artigo do escritor Francisco Costa que elenca irregularidades diversas cometidas pelos adversários de Dilma Rousseff, ao mesmo tempo em que destaca o caráter probo da presidenta: "E se Dilma tivesse vendido uma estatal, avaliada em mais de 100 bilhões, por 3,6 bilhões, como FHC (PSDB) fez com a Cia. Vale do Rio Doce? E se Dilma tivesse construído dois aeroportos, com dinheiro público, em fazendas da família, como fez Aécio Neves (PSDB)?", indaga o autor, entre outros questionamentos que foram postos anexos ao discurso, a pedido do deputado Luiz Couto.



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