Educação

Consumo de álcool entre universitários é semelhante a grupos de risco

Riscos


07/07/2013

 O consumo do álcool pode apresentar um lado positivo: é incluído na dinâmica social em períodos de comemorações e também sugerido como fator de proteção em relação à redução de doenças cardiovasculares.Mas, apesar disso a substância ainda tem sido um fenômeno causador de problemas sociais, econômicos, psicológicos e de saúde em todo o mundo e é considerado um problema de saúde pública.

Para o professor Nilton Formiga, Doutor em Psicologia Social e professor do Curso de Psicologia da Faculdade Maurício de Nassau , o problema merece atenção urgente “Tem se observado um aumento progressivo no consumo de álcool por parte dos jovens e a idade das pessoas no consumo tem diminuído, seja por influência dos pares de iguais, cultura local, família ou envolvimento comemorativo, e por isso ações precisam ser realizadas” disse o professor.

Diante dessa situação, estudantes da Faculdade Maurício de Nassau, orientados pelo professor Nilton Formiga, desenvolveram um estudo para avaliar não só o perfil dos consumidores no uso de álcool, mas, também, as variáveis influenciadoras e os problemas relacionados ao consumo da substância.

Um estudo feito com 213 pessoas de 15 a 57 anos, todos da cidade de João Pessoa na Paraíba, questionou sobre o uso do álcool e relacionou esse consumo a questões de autoestima. Dos participantes, 57% eram mulheres, 46% eram do nível médio de ensino de uma instituição pública, 35% do nível de ensino superior de uma instituição privada de educação e 19% estavam em situação de vulnerabilidade social.

O resultado apresentado mostra que, em comparação ao grupo social em vulnerabilidade, os universitários tem um índice de consumo alcoólico próximo, de 38%, enquanto o grupo social de vulnerabilidade tem 42%, usando para análise um instrumento que a Organização Mundial de Saúde (OMS) utiliza para avaliar problemas com álcool. O professor Nilton Formiga explica que se tinha como pressuposto a capacidade de que esse grupo, por estarem em uma categoria social e cultural mais ‘avançada’, e também por se encontrarem em condição de apreensão do conhecimento e tomada de decisão em relação ao risco com o álcool mais sofisticado, esperava-se encontrar menor pontuação quanto ao risco alcoólico. Mas, esta condição se inverteu, salientando que estar na universidade parece não ser suficiente para inibição do problema com o álcool.

Formiga acredita ainda que resultados como esse servem para a busca por políticas públicas mais assertivas “Considerando esses resultados, desenvolvê-los a luz de políticas públicas e formação educativa quanto à intervenção sobre o problema com o álcool, independente do grupo social, não somente buscaria a saúde física e social dessas pessoas, mas, também, a saúde mental, sentir-se e sentir dos outros que à autoestima deveria ser considerado um valor humano e social de crucial importância para uma estrutura psicossocial de saúde. Não basta apenas indicar as formas e maneiras para se evitar o problema com o álcool, deve-se, a partir desses achados, esclarecer as causas e consequências do uso excessivo do álcool sobre variáveis investindo assim, no resgate da estima positiva.” concluiu

 



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