Anselmo Castilho

Advogado e superint. da Funetec/PB.

No Exercício do Esperançar!


22/12/2020

A esperança que, ao meu sentir, sempre esteve presente, foi enfraquecendo em cada anuncia de vidas ceifadas, neste ano de 2020.

Ano difícil. Um inimigo invisível atacou vidas humanas fazendo com que o contato físico fosse diminuído.

Para alguns as vidas foram decorrendo pelas telas de smartphone e notebook. Para outros, na impossibilidade de alterar a rotina, a fé e o credo os revestiram. E ainda, outros se vangloriam de suas respectivas irresponsabilidades.

O distanciamento e a reclusão social necessária com o fito primeiro de não disseminarmos a doença fez com que percebêssemos mais nitidamente as diferenças sociais… É aí que surge em muitos a solidariedade, a empatia.

Foi aí que muitos perceberam que viver em sociedade é uma necessidade essencial de todos os seres humanos. Não se consegue viver sozinho. A satisfação da necessidade, seja material, de atenção, afetiva ou espiritual, estará sempre no outro.

Ou seja, a vida em sociedade para ser plena deve reproduzir respeito, a partir da consciência de direitos e deveres. Viver em sociedade, portanto, é ter consciência de que todos os seres humanos têm o mesmo valor, não há qualquer justificativa para que uns pretendam ser melhores do que outros. O exercício da inteligência coletiva deve ser a busca da vida em uma sociedade justa.

Que o ano vindouro consolide a esperança, mas aquela defendida e propagada por Paulo Freire: “É preciso ter esperança, mas ter esperança do verbo esperançar; porque tem gente que tem esperança do verbo esperar.
E esperança do verbo esperar não é esperança, é espera. Esperançar é se levantar, esperançar é ir atrás, esperançar é construir, esperançar é não desistir! Esperançar é levar adiante, esperançar é juntar-se com outros para fazer de outro modo…”

Que busquemos sempre a vida em sociedade na constância do respeito e do exercício intenso do verbo esperançar.

Anselmo Castilho
Dez/2020


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