A Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP) realizou, na tarde desta quarta-feira (25), uma sessão especial alusiva ao Dia da Consciência Negra, comemorado nacionalmente no dia 20 de novembro. O vereador Bira (PSD) propôs a sessão, que debateu ações de combate ao racismo e mecanismos para garantir a igualdade social.

O parlamentar lembrou que o “Dia da Consciência Negra” surgiu para lembrar o sofrimento dos negros desde a colonização do Brasil, além de suas lutas e suas conquistas. Também serve para homenagear aqueles que lutaram pelos direitos da raça e seus principais feitos.

“Não podemos falar de igualdade social e de combate ao racismo sem falarmos da violência que dizima a juventude negra de nosso país. É inevitável dizer que o índice de vulnerabilidade da nossa juventude negra só aumenta. É um absurdo a Paraíba está inserida como o estado mais violento para o negros em nosso país. Enquanto que um estado como São Paulo com 44 milhões de habitantes teve este ano, de janeiro a junho, 2 mil homicídios a Paraíba com pouco menos de 4 milhões de habitantes já teve, de janeiro a novembro, 1.400 homicídios. Não podemos deixar de falar da violência contra a mulher negra. Precisamos de ações efetivas em prol da igualdade social e contra todos os preconceitos em nosso país”, discursou Bira.

O coordenador da Cidadania LGBT e da Igualdade Social do município, Roberto Maia, destacou a necessidade do Poder Público realizar um trabalho intersetorial de combate ao racismo e de ponderação da identidade negra. “Precisamos que a segurança pública trabalhe com a prevenção contra o genocídio da população negra e efetivem cursos profissionalizantes que garantam o direito de empregabilidade dessa juventude. Ainda faço o pedido que seja reativado o Comitê Juventude Viva da nossa cidade”, cobrou.

A representante do Sindicato dos Trabalhadores em Ensino Superior do Estado da Paraíba (Sintesp-PB), Edna Moraes, enfatizou a necessidade de haver união entre os movimentos sociais para garantir conquistas. Já a representante da Ordem dos Advogados do Brasil na Paraíba (OAB-PB) e presidente da Comissão da Verdade da Escravidão Negra na Paraíba, Francisca Leite, destacou o levantamento que a comissão está realizando sobre os meandros da escravidão no país, com foco na Paraíba, “para promover o resgate histórico deste período para todo os brasileiros”.

A representante do Grupo de Capoeira Angola Palmares, Malu Farias, enfatizou que a cultura deve ser prioridade no trabalho de garantir a igualdade social no Brasil. Josy Alves e Mariah Marques, representantes da Secretaria Municipal de Juventude, Esporte e Recreação (Sejer) e do Grupo Mulheres Yalodê, respectivamente, cobraram respeito a população negra e ações efetivas de trabalho com os jovens através da cultura.

A sessão foi prestigiada pelo vereador Fuba (PT), que secretariou os trabalhos; por outros representantes de movimentos sociais da Capital; e contou com a apresentação do grupo de capoeira Angola Palmares , do bairro do Róger.