Política

Candidatos denunciam escândalos no Governo; Ricardo rebate acusações

ELEIÇÕES 2014


22/09/2014



O debate promovido pela Rádio Arapuan FM com os candidatos a governador da Paraíba, no início da tarde desta segunda-feira (22), ficou marcado por denúncias e embates sobre o financiamento público e privado de campanha no atual processo eleitoral. O programa contou com a participação dos seis postulantes ao governo do Estado – Antônio Radical (PSTU), Cássio Cunha Lima (PSDB), Major Fábio (Pros), Ricardo Coutinho (PSB), Tárcio Teixeira (PSOL) e Vital do Rêgo Filho (PMDB).

Os embates ocorridos em debates anteriores voltaram a aparecer. O candidato Cássio Cunha Lima (PSDB) em uma das suas primeiras explanações perguntou para o governador Ricardo Coutinho (PSB), aspirante à reeleição, sobre a compra recente de um helicóptero para a Segurança Pública do Estado.

Segundo o tucano, o atual governo adquiriu um helicóptero que, “estranhamente, só às vésperas das eleições foi colocado para funcionar” e o pagamento “foi feito há mais de um ano e ainda sob superfaturamento”. “O Estado comprou um helicóptero, com três anos de uso e com mais de 600 horas de voo por R$ 9 milhões, o que demonstrou que foi uma compra superfaturada, quando um aparelho novo custa em média R$ 7 milhões”, disse.

O governador Ricardo Coutinho respondeu a questão dizendo que superfaturamento se encontra na cabeça do senador Cássio Cunha Lima. “Você tenta confundir a cabeça do eleitor, trazendo informação de aeronaves diferentes, com preços diferentes”, disse o socialista, que ainda alfinetou Cássio ao afirmar que fez mais pela cidade de Campina Grande do que o tucano em 7 anos de mandato.

Cássio replicou o adversário e disse que Ricardo Coutinho, como sempre, tem fugido nas respostas, pois, segundo ele, ficou claro que houve um superfaturamento de mais de R$ 2 milhões reais na compra do helicóptero. “Além de fugir das perguntas, Ricardo cria números e uma realidade que não existe. Ao dizer que investiu mais que o nosso mandato em Campina Grande, ele cria um fato. Só o gasoduto que fizemos para a Campina representa o dobro de tudo que você fez pela cidade”, ressaltou.

Isenção Fiscal

Outro tema bastante lembrado pelos candidatos foram os grandes investimentos de empresas privadas em ações de campanha. Os candidatos Tárcio Teixeira, Antonio Radical e Major Fábio responsabilizaram Ricardo Coutinho de ter isentado R$ 5 bilhões, no período de cinco anos. Eles utilizaram dados do Sindifisco como base. Segundo eles, grandes indústrias cimenteiras promoveram, como contrapartida, doações para a campanha do candidato socialista.

Ricardo reagiu acusando os adversários de só saberem promover críticas “infundadas”. “A isenção de ICMS existe desde sempre. Ela é precisa para atrair empresas de grande porte. Segundo, ninguém aqui fala que a minha campanha, entre as consideradas grandes, é a mais pobre”, disse.

O governador disse ainda que vai à Justiça para responder a denúncia, inclusive, sobre a acusação de que o Programa Empreender Paraíba teria favorecido familiares de secretário com repasse de recursos fora do padrão do programa.

Isenção de IPVA para pequenos produtores

O debate também ficou “quente” quando o senador Cássio Cunha Lima questionou o governador Ricardo Coutinho sobre a apreensão de “centenas” de motocicletas de pequenos produtores rurais, desrespeitando, inclusive, uma Lei Estadual que concede o benefício.

“No tempo que eu fui governador eu determinei a concessão da isenção do pagamento do IPVA pelo produtor rural e, se for eleito, voltarei a defender a isenção aos agricultores, pescadores e mineradores na Paraíba. Vai acabar a perseguição política nesse governo, que apresenta uma política retrograda e atrasada”, disse Cássio.

Em resposta, Ricardo Coutinho acusou o tucano de promover o “proselitismo político e a demagogia barata” em troca de “meia-dúzia de votos”. Segundo o socialista, Cássio não se preocupou em criar uma Lei específica de concessão do benefício no Senado Federal.

“O senhor está prevaricando, é uma autoridade incentivando o descumprimento das leis em troca de meia-dúzia de votos. O senhor está incentivando justamente o retorno de uma política atrasada. Só faz essas acusações porque não tem obras para mostrar de seu governo”, retrucou Ricardo.

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