Paraíba

Buega Gadelha fala sobre crise hídrica em CG

IMPACTO À INDÚSTRIA


23/07/2016



A luta por melhores reservas hídricas para Campina Grande tem sido encabeçada pela Federação das Indústrias do Estado da Paraíba (FIEP) há muito tempo. Em momentos em que o tema ainda era pouco debatido, a instituição se preocupava lançando campanhas importantes, a exemplo do "Grito das Águas" e também o "Movimento 50 mil pelas águas em 1998", ambas com a finalidade de lutar pela transposição de águas do Rio São Francisco.

Com o atual agravamento da crise hídrica em várias cidades e em Campina Grande, onde o manancial Epitácio Pessoa, “Açude de Boqueirão”, está com apenas 8% de sua capacidade, o nível mais baixo desde sua construção em 1957, o presidente da FIEP, Francisco de Assis Benevides Gadelha, reuniu a imprensa campinense na tarde desta quinta-feira, 21, numa entrevista coletiva para falar sobre a crise no abastecimento d’água e os impactos para o setor industrial em Campina Grande.

"Estamos no momento mais agudo de toda essa crise e a indústria vem sofrendo bastante. Não há dúvida de que os impactos do racionamento d’água para o setor industrial em Campina Grande são evidentes. Algumas empresas, para atenderem sua demanda hídrica têm buscado apoio, através de carros pipa, em mananciais que ficam em outros municípios como João Pessoa e também no entorno da cidade, principalmente no Manancial Saulo Maia em Areia. Portanto, é preocupante a situação, embora saibamos que as águas da transposição devem chegar em nossa cidade no iníciodo próximo ano, mas isso em torno do mês de março", pontuou o Presidente Gadelha.

O líder empresarial também fez referência a um encontro em que ele e uma comitiva de empresários paraibanos e representantes de Federações de Indústrias de outros Estados do Nordeste tiveram em Brasília, com o Presidente interino do Brasil, Michel Temer. “Apresentamos temas relevantes, diretamente relacionados ao desenvolvimento do setor industrial da Paraíba, a exemplo da Transposição de Águas do Rio São Francisco, como sendo uma das medidas emergenciais, em face de um possível colapso no abastecimento d’água em Campina Grande”, disse.

Na reunião com o Presidente Michel Temer, Gadelha apresentou como plano “B”, caso as águas de transposição do São Francisco não cheguem a tempo em Campina Grande, que sejam transferidas águas do manancial Saulo Maia, em Areia, que hoje possui 9 milhões de metros cúbicos. "Seria usado um sistema de engate rápido para o município de Remígio, onde já existe uma estação de tratamento e, de lá, faríamos uma ligação até a cidade de Alagoa Nova, passando a usar a antiga adutora de Vaca Brava, que hoje é responsável por enviar águas de Boqueirão para o município de Alagoa Nova. Desta forma, como já aconteceu no passado, nossa água faria um caminho inverso e já entraria diretamente na rede de distribuição de Campina Grande. Seria, “na verdade, uma obra emergencial que poderia ser muito bem encabeçada pelo Exército Brasileiro”, comentou.

O presidente da FIEP disse ainda que Campina Grande possui atualmente, cerca de 1.500 indústrias e que não seria por conta de alguns meses com a falta d’água que as empresas iriam desconsiderar todo o investimento já feito e deixarem o município. “A solução para a crise hídrica de nossa cidade e mais 18 cidades, portanto, já existe: é a transposição de águas do Rio São Francisco. Contudo, até que os beneficiemos dessas águas precisamos buscar alternativas que cheguem o quanto antes, mesmo de forma paliativa, para que possamos atender o nosso consumo de águas”, concluiu.



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