Brasil

Brasil é o país em que mais cresce o número de grupos de extrema direita no mundo

Estudos mostram que este crescimento estariam hoje concentrados nas regiões Sul e Sudeste


27/02/2022

Brasil 247 com informações de O Globo



De acordo com dados da ONG Anti-Defamation League (ADL) o Brasil seria o país do mundo em que mais cresce o número de grupos extremistas de direita. De acordo com o monitoramento do Observatório da Extrema Direita (formado por acadêmicos de mais de dez universidades brasileiras e outros países), este crescimento estaria concentrado nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Os últimos dados em mãos dos pesquisadores consultados, passados com exclusividade para O GLOBO, confirmam que São Paulo é o estado com maior presença de grupos, chegando a um total de 137, dos quais 51 estão na capital. Também foram encontradas células de extrema direita em Piracicaba, Campinas, Ribeirão Preto e São Carlos.

Em todo o país, já são mais de 530 células extremistas que, em relatório feito nos primeiros meses deste ano, Adriana dividiu em categorias, de acordo com suas ideologias, como Hitlerista/Nazista, Negação do Holocausto, Ultranacionalista Branco, Radical Catolicismo, Fascismo, Supremacista, Criatividade Brasil, Masculinismo Supremacia Misógina e Neo-Paganismo racista. Em 2019, a especialista detectou 334 células.

No Rio de Janeiro, foram encontrados 36 grupos, 15 deles na capital. Entre os bairros cariocas com maior presença de células de extrema-direita estão Méier, Tijuca e Copacabana. Em Niterói, os pesquisadores identificaram outros dois agrupamentos. Um deles se apresenta como Cali, e foi responsável pelo ataque à produtora do grupo de humor Porta dos Fundos, em 2019.

— Desde 2018, o Brasil se transformou no país com maior crescimento de grupos de extrema direita. Este fenômeno tem a ver com a eleição de Jair Bolsonaro que, num nível subterrâneo, está vinculado a estas ideologias. Hoje, estima-se que 15% dos brasileiros são de extrema direita — afirma Michel Gherman, membro do Observatório da Extrema Direita, professor de Sociologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e coordenador do Instituto Brasil-Israel.



Os comentários a seguir são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.
// //