Economia & Negócios

BC inicia nova tática, mas dólar sobe

Tensão cambial


26/08/2013



 O dólar fechou em alta de mais de 1% ante o real nesta segunda-feira (26), tentado buscar um ponto de equilíbrio após cair mais de 3% no último pregão e o BC realizar o primeiro leilão de swap tradicional (equivalente a venda de dólares no mercado futuro) do seu programa de intervenções diárias no início deste pregão, de acordo com a agência Reuters.

O BC deu início hoje aos leilões de swap cambial tradicional dentro do cronograma de intervenções anunciado na semana passada. Foram vendidos todos os 10 mil contratos ofertados, num total de US$ 497,9 milhões.
Na noite de quinta-feira, o BC anunciou um programa de leilão cambial que terá um cronograma diário de intervenção por meio da venda de swap cambial tradicional e oferta de linha, ou venda de dólares com compromisso de recompra. O objetivo, segundo o BC, é "prover hedge cambial aos agentes econômicos e liquidez ao mercado".

De segunda a quinta-feiras, até o fim do ano pelo menos, serão ofertados US$ 500 milhões em leilões diários de swap cambial tradicional. Já às sextas-feiras serão realizados leilões de linha – venda de dólar no mercado à vista com compromisso de recompra – de até US$ 1 bilhão.

No início desta sessão, o dólar abriu em alta ante o real, mas passou a cair por cerca de 30 minutos, após a divulgação o dado de encomendas de bens duráveis dos Estados Unidos ter vindo bem abaixo do esperado, realimentando as expectativas de que o Federal Reserve, banco central norte-americano, manterá seu programa de estímulos, no valor mensal de US$ 85 bilhões no curto prazo.

O movimento de alta do dólar, no entato, perdeu fôlego com os investidores ainda testando o ponto de equilíbrio da moeda norte-americana ante o real.

Avaliações

Profissionais têm avaliado que intensificar o aperto monetário seria uma das saídas para tentar reancorar as expectativas para o câmbio, na medida em que aumentaria o diferencial entre os juros doméstico e externo e elevaria a atratividade para entrada de capital, além de melhorar ainda as perspectivas para a inflação.

Por outro lado, o anúncio do programa de leilões de câmbio, que pode injetar entre US$ 55 bilhões e US$ 60 bilhões a mais no mercado até o fim do ano, deu suporte a avaliações de que o BC pode estar menos dispostos a usar a política monetária para amenizar a pressão no câmbio, num momento em que a economia ainda luta para mostrar sinais mais firmes de recuperação.

"Ainda acho que a estratégia de usar a política monetária junto com os leilões de câmbio teria mais benefícios, porque você atacaria tanto o câmbio quanto a inflação. A questão é que poderia afetar a atividade, um ano antes das eleições. O processo eleitoral é componente que não dá para ignorar", diz um profissional da área de câmbio.



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