Com o slogan “O cinema paraibano em cartaz”, o I Bananeiras Mostra Cinema apresenta, de 25 a 27 de setembro, um panorama da produção de filmes em curta-metragem no estado e realizados nos últimos três anos. As sessões acontecerão no auditório da Escola Municipal Profª Emília de Oliveira Neves que sediará o evento, numa realização do Gecine – Grupo de Estudos em Cinema e Audiovisual do Depto de Mídias Digitais da UFPB e da Pousada Solar do Barão. Na programação, além da mostra de filmes, oficinas, debates com os realizadores e lançamento de livros e DVDs.

São ao todo 19 filmes de curta-metragem que serão exibidos nos três dias da mostra que teve a curadoria de Bertrand Lira, cineasta e professor do Departamento de Mídias Digitais da UFPB e coordenador do Grupo de Estudos em cinema e audiovisual (Gecine). A produção cinematográfica paraibana dos últimos dez anos tem sido marcada pela crescente presença da ficção, inclusive com filmes de longa-metragem a exemplo de Por 30 Dinheiros (Vânia Perrazzo e Ivan Hlebarov, 2005), Luzeiro Volante (Tavinho Teixeira, 2011), Tudo que Deus Criou (André da Costa Pinto, 2012) e a trilogia Onde Borges tudo vê (2012), Ferrolho (2012) e Pingo D’Água (em processo) de Taciano Valério.

Dos 19 curtas da Mostra, 12 são ficções e sete documentários realizados em cidades as mais distintas da Paraíba: Nazarezinho, Aparecida, Coremas, Condado, Patos, Congo, Cuité, São José dos Ramos, Campina e João Pessoa, demonstrando que a nossa produção de cinema aos poucos começa a sair da capital e de Campina Grande. O barateamento dos equipamentos de realização (câmeras, gravadores e a edição em computadores) permitiu a sua democratização entre aqueles que ansiavam por se expressar através do audiovisual, além das oficinas de formação que se interiorizaram pelo estado.

Apesar da presença marcante da ficção, ainda são os documentários de curta-metragem o gênero que dá sinais de vigor e criatividade na atual produção de cinema feita na Paraíba. Para o I Bananeiras Mostra Cinema foram selecionamos documentários que apresentam um panorama da diversidade de abordagens do real: Queima (Diego Benevides, 2013), Transmutação (Torquato Joel, 2013), Fogo Pagô e Capela (Ramon Batista, 2012, 2014), Malha (Paulo Roberto, 2013), O som do aboio (Adriano Roberto, 2012) e Eu sou Maria (Matheus Andrade e Regina Behar, 2014).

Na noite de abertura, dois curtas vão ser exibidos pela primeira vez na Paraíba: Contínuo, de Odécio Antonio e Carlos Ebert, que estreou no Festival de Gramado mês passado, e o documentário Eu sou Maria, sobre a personagem de quadrinhos Maria, criada por Henrique Magalhães, em 1975. O curta de Matheus Andrade e Regina Behar busca revelar a relação autor-personagem e a importância histórica de suas tirinhas como intervenção de humor crítico.

A proposta da Mostra partiu de Bertrand Lira como uma atividade do grupo de pesquisa (o Gecine) que coordena na UFPB e teve a pronta adesão de Elígio Huzemann, ator, produtor cultural, professor de turismo e proprietário da Pousada Solar do Barão em Bananeiras que realiza o evento. O Ponto de Cultura de Bananeiras também abraçou o projeto que tem apoio da prefeitura municipal e de empresários locais. Segundo Eligio, eventos como um festival de cinema é “uma estratégia de difundir o cinema do estado e de promover o turismo cultural na cidade.”