Economia & Negócios

Anatel abre consulta a empresas para administração judicial da Oi

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05/07/2016

{arquivo}A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) abriu uma consulta de empresas interessadas na administração judicial do processo que trata do pedido de recuperação judicial da Oi. O aviso foi publicado no Diário Oficial desta terça-feira (5).

No fim de junho, a Justiça do Rio de Janeiro aceitou o pedido de recuperação judicial do Grupo Oi, formado pelas empresas Oi, Telemar Norte Leste, Oi Móvel, Copart 4 e 5 Participações, Portugal Telecom e Oi Brasil.

Na ocasião, o juiz Fernando Viana determinou também que a Anatel apresente uma relação de até cinco empresas com "idoneidade e expertise sobre a matéria", que será avaliada pela Justiça para nomeação do administrador judicial.

A Oi anunciou no último dia 20 o pedido de recuperação, incluindo no processo um total de R$ 65,4 bilhões em dívidas. A empresa é a maior operadora em telefonia fixa do país e a quarta em telefonia móvel, com cerca de 70 milhões de clientes.
As empresas interessadas em participar da consulta devem preencher um questionário disponível no site da Anatel até as 18h de sexta-feira (8).

O que é recuperação judicial?
A recuperação judicial é o mecanismo através do qual as empresas em dificuldade financeira tentam reestruturar a dívida com credores. A lei 11.101, sancionada em 9 de fevereiro de 2005 pelo Presidência da República, regula a recuperação judicial, a extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade.

A lei de 2005 acabou com o instrumento da "concordata" no Brasil e permite que a empresa endividada apresente a sua própria proposta para os credores.

A legislação fixa um prazo de 6 meses para a negociação entre as partes, que é intermediada por um administrador judicial nomeado pela Justiça. No caso de não haver acordo entre credores e devedores sobre o plano de recuperação, é decretada a falência.

Ao apresentar o pedido de recuperação judicial, a Oi disse que a medida visa, entre outros objetivos, proteger o caixa das empresas do grupo e garantir a preservação da continuidade da oferta de serviços aos clientes.

Dívida e prejuízos
Endividada, a Oi fechou 2015 com prejuízo de R$ 5,3 bilhões. No primeiro trimestre de 2016, a Oi registrou prejuízo de R$ 1,64 bilhão e encerrou março com dívida líquida de R$ 40,8 bilhões.

No dia 17 de junho, a agência de classificação de risco Fitch Ratings rebaixou a nota de crédito da Oi, de "CCC" para "C" (último nível antes do default), considerando insustentável a atual estrutura de capital da operadora.

No último dia 10, o então presidente da Oi, Bayard De Paoli Gontijo, renunciou ao cargo em meio à crise e discordâncias com sócios portugueses do grupo sobre a forma de reestruturação financeira da companhia.



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