" A impressão que temos é que passado mais de quarenta anos da Conferência Mundial – apesar do grande avanço que o evento em si representou – o trecho da Declaração da ONU, acima descrito, ainda não se fez “percebido” por aqueles que têm a obrigação de fomentar as políticas públicas necessárias para alcançarmos o tão almejado desenvolvimento sustentável", adverte a ambientalista e pós-graduada em Meio Ambiente, Wellintânia Freitas dos Anjos, estreando no Portal WSCOM com coluna semanal tratando de assuntos ligados a biosfera.

Eis o primeiro texto de uma série sobre meio ambiente:

DIA MUNDIAL DO MEIO AMBIENTE – Comemoração ou Reflexão?

“A proteção e o melhoramento do meio ambiente humano é uma questão fundamental que afeta o bem-estar dos povos e o desenvolvimento econômico do mundo inteiro, um desejo urgente dos povos de todo o mundo e um dever de todos os governos.” Declaração de Estocolmo (ONU, 1972).

O Dia Mundial do Meio Ambiente (5 de junho) foi instituído durante a primeira Conferência Mundial sobre o Homem e o Meio Ambiente. Esta Conferência foi realizada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em Estocolmo no ano de 1972. Representantes de 133 países e centenas de instituições governamentais e não governamentais participaram do evento com o objetivo de discutirem os problemas ambientais que assolavam o mundo e a importância da preservação dos recursos naturais, que eram considerados, por muitos, inesgotáveis.

A impressão que temos é que passado mais de quarenta anos da Conferência Mundial – apesar do grande avanço que o evento em si representou – o trecho da Declaração da ONU, acima descrito, ainda não se fez “percebido” por aqueles que têm a obrigação de fomentar as políticas públicas necessárias para alcançarmos o tão almejado desenvolvimento sustentável.

Nos países em desenvolvimento, os problemas ambientais, que preocuparam o mundo na década de 1970, continuam e se intensificam a cada dia. O fato de termos optado pelo “desenvolvimento a qualquer custo”, na época em que o mundo despertou para os problemas ambientais, hoje nos é cobrado um preço alto e com juros.

Enquanto não tivermos a apresentação, por parte dos governantes, de um conjunto de políticas que incentivem a mudança dos atuais meios de produção, a transformação dos paradigmas incutidos na sociedade e, a população não compreender seu papel de protagonista, para que tenhamos resultados concretos no controle e reversão dos problemas ambientais, o Dia Mundial do Meio Ambiente deverá ser, muito mais, de reflexão do que comemoração.

Precisamos ir além do discurso da necessidade da preservação do meio ambiente e avançarmos para adoção de práticas que solucionem os diversos problemas ambientais, que comprometem nossa qualidade de vida, tais como: o aquecimento global, a crise hídrica, o desmatamento, a falta de execução da política de resíduos sólidos, entre tantos outros.

Uma luz no fim da floresta…

Na semana passada foram apresentados dados, pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e a Fundação SOS Mata Atlântica, que apontam a redução de 24% no desfloramento da Mata Atlântica, no período de 2013 a 2014 em comparação a 2012/2013. A pesquisa foi realizada, através de imagens de satélites, nos 17 estados brasileiros que estão inseridos no bioma da Mata Atlântica.

Importância do bioma

A Mata Atlântica é a maior formação vegetal e mais rica em biodiversidade do mundo. O bioma cobria praticamente todo o litoral brasileiro, estando hoje reduzido a aproximadamente 7,8% de sua área original. O desmatamento da Mata Atlântica também é motivo de preocupação para a comunidade internacional, devido sua importância estratégica no que diz respeito à mudança do clima.