Música

Zé Manoel e Banda & Totonho e Os Cabra tocam nesta sexta na Usina Cultural Energ

Energisa


25/10/2013



Nessa sexta-feira (25), o gerador multiuso de cultura da Usina Cultural Energisa recebe, pela primeira vez, Zé Manoel e Banda & Totonho e Os Cabra. Depois de flertarem por meses numa amizade digital, tendo esta evoluído para uma parceria de profundo potencial criativo, eles se apresentarão nesta sexta-feira (25), às 20h30min. 

Zé Manoel é considerado, há um bom tempo por crítica e público, a bola da vez do que se produz na terra de Chico Science. Exageros a parte, chegou a ser comparado com Chico e Edu, mas livrou-se desta responsabilidade ao mostrar que aquilo que produz está mais próximo de ícones como Chiquinha Gonzaga e Ernesto Nazareth, ao brindar-nos com uma sofisticada linha de arranjos delicados que fazem o jazz dançar de sombrinha. Aclamado em seu Estado, já dividiu o palco com Totonho em 2 momentos: no lançamento de seu primeiro álbum na Paraíba, e posteriormente no show de samba apresentado por Totonho, seu atual projeto.

Já Totonho, embora radicado no Rio de Janeiro, hoje parece resistir a deixar João Pessoa. Nosso palpite é que isso se dá por sua interação e, mais que isso, a identificação deste com a nova geração da música paraibana, sendo esta facilmente percebida em trabalhos como o de Sacal, Burro Morto, Seu Pereira, Chico Correa e Eletronic Band etc. Hoje produz no Rio de Janeiro seu mais novo projeto, o qual com sólida empolgação afirma que vem para surpreender, sem sombra de dúvida, o mercado de POP Alternativo. Nem ousamos duvidar de alguém oriundo de um movimento paradigmático como o Jaguaribe Carne, onde ele aprendeu a reordenar suas “mungangas e pantins”. Hoje tem dois álbuns lançados pela gravadora Trama, tendo estes, com a repercussão internacional que obtiveram, o levado a mostrar sua arte a mais de 15 países. É tudo isso, segundo o próprio, que o mantém sempre interessado em perambular pelo interior do Nordeste Brasileiro.

Não é um concerto mítico, mas talvez seja a única oportunidade de ver dois compositores de vozes sui generis misturando as tintas, e dizendo que a música que se realiza por aqui, hoje, é um caldeirão indecifrável. Que tirando a tampa podemos deparar-nos com o caranguejo do mangue beat ou o tradicional picado de bode. Mas uma certeza podemos ter: daí sairão sons convergentes o bastante para fazer aquilo que objetiva a arte de verdade, alimentar a alma. O Resto? Surpresas e improvisos, com a segurança de que a Usina Cultural vai dar a luz à uma música com vários cheiros, insultos e sotaques.



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