Paraíba

WS traça paralelo entre 1930 e 2016 através da peça “De João para João”

"de joão para joão"


15/05/2016

Em texto publicado neste domingo (15) em sua coluna, o jornalista e analista político Walter Santos traçou um paralelo entre 1930 e 2016, através da observação da peça "De João para João", que retrata os últimos momentos de João Pessoa, assassinado por João Dantas. Tal episódio iria servir posteriormente como pivô para a deflagração da Revolução de 1930.

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A inquietude ambulante do ator, diretor e teatrólogo Tarciso Pereira em cumplicidade com o Jutecano Flávio Melo, ambos interpretando João Pessoa e João Dantas na peça “de João para João”, em cartaz neste domingo no Teatro Paulo Pontes, às 20 horas, é a provocação artístico – cultural mais próxima da conexão histórica entre 1930 e 2016.

Pela dramaturgia, Tarciso e Flávio remontam o episódio do assassinato do então presidente João Pessoa deflagrando tudo o que se sabe da Revolução de 1930.

O apelo de agora no texto eloquente e bem roteirizado por Tarciso se transforma em lente a abrigar as indagações, devaneios e reflexões de João Dantas como se estivéssemos num filme de Fellini.

E por essa trilha é inevitável recorrer à memória e perpassar para a cena atual de 2016. E o importante é atestar a mesma divisão contemporânea entre "Perrepistas" e "Liberais", tanto aqui quanto em alhures.

A CONEXÃO COM O PRESENTE

O Brasil não vive agora o mesmo efeito da morte de nenhum dos lideres políticos em curso na História atual, mas experimenta um processo esquisito de comando do Poder Central ancorado por um processo legal de Impeachment em curso no Senado Federal, mas que não consegue se impor para dentro e fora do País, exceto aos inimigos da Era Lula/Dilma.

No caso de João Pessoa, bem diferente, a morte do paraibano serviu de argumento para a revolta gaúcha em torno de Getúlio Vargas que soube com apoio da Midia de então encravada no Rio e São Paulo gerar comoção resultando na Revolução e/ou tomada do Poder.

A mesma Midia que anos depois lhe levou à morte.

DESDOBRAMENTOS

A peça encenada por Tarciso e Flávio se mantém fiel ao imaginário do teatro bem feito pelos Paraibas de valor universal, da mesma forma que a trama da luta politica no plano nacional forjada na tomada do Poder sem um voto sequer traduz bem a coincidência de épocas escuras, mas reais como é a dura vida de cada um.

No caso nacional, as reações de fora com a maioria dos Países Latino-americanos se recusando a reconhecer o Governo Temer, da mesma forma que o estilo e perfil da gestão exposta, tudo serve de sinal para tempos de enfrentamentos, de legalidades e ilegitimidades – como a cena atual faz crer.

Decididamente, o Brasil não consegue se afastar de atropelos institucionais.

Mas vamos ver a Peça, imperdível por sinal.



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