Política

WS comenta o ‘perigoso’ papel de Manoel Jr e W. Roberto na defesa de Cunha


10/12/2015



O analista político e econômico do WSCOM Online, jornalista Walter Santos, em nova coluna publicada nesta quinta-feira (10), comenta a 'difícil' e 'perigosa' atuação dos deputados paraibanos, Manoel Júnior (PMDB) e Wellington Roberto (PR), em defesa do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no Conselho de Ética, em decorrência de processo por quebra de decoro parlamentar.

Confira o novo artigo de Walter Santos na íntegra:

O difícil e perigoso Papel de Manoel Jr e Wellington Roberto

O cenário político nacional tem registrado cenas incríveis de manobras conduzidas pelo presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha, “casando e batizando” com medidas de real abuso de Poder, ultimamente em acordo tácito com o vice-presidente da República, Michel Temer, tendo claro desdobramento dentro e fora do Parlamento cada vez mais visível no interesse de afastar a presidenta Dilma Rousseff do Poder legítimo a que conquistou em novembro de 2014.

São duas cenas diferentes, embora de forte impacto na crise nacional, uma revelando manobras de Cunha para impedir o processo de cassação de seu mandato e outra na condução de Temer buscando construir com a oposição, em especial o PSDB, meios de ascender ao comando da nação pelo tapetão.

Nos dois casos, há DNA da Paraíba a constituir alta repercussão em nível nacional diante da posição assumida pelos deputados federais Manoel Júnior e Wellington Roberto de ir às ultimas consequências para preservar Eduardo Cunha e, ato continuo, tentar levar Temer ao Palácio do Planalto.

CENA DE REPERCUSSÃO RUIM

Nesta quinta-feira de sol na Capital das Acácias, a reunião do Conselho de Ética da Câmara Federal registrou uma cena de péssima repercussão com o deputado federal Wellington Roberto e o José Geraldo quando indo “às vias de fato”, ou seja, à agressão física e pessoal, algo inaceitável para um ambiente como do Parlamento.

Há que se registrar, desde quando a Comissão de Ética se instalou que Wellington Roberto passou a ser um dos principais avalizadores de Cunha, da mesma forma que Manoel Júnior, buscando amenizar a pena contra o presidente da Câmara por este ter mentido, segundo o processo, na CPI da Petrobras.

O fato é que os dois deputados paraibanos andam na contramão do Conselho. Manoel Júnior, aliás, foi autor de propositura para substituição do anterior relator Fausto Pinato com a ascensão agora do deputado Marcos Rogério mas, na prática, sem resultado alcançado porque ambos defendem a cassação de Cunha.

EFEITOS PARA 2016 EM DIANTE

Embora não tenham dado dimensão da repercussão negativa às imagens públicas em face deste posicionamento explicito pró Eduardo Cunha, os dois deputados precisam avaliar internamente com suas equipes a dimensão de onde tudo isso vai chegar porque, seguramente, têm impactado junto a setores organizadores da sociedade de forma ruim.

No caso de Wellington Roberto, que se elege com suas relações com prefeitos e bases do interior, ele talvez não se importe com a repercussão negativa porque, como disse, ele não pretende disputar cargos majoritário, diferentemente de Manoel Júnior.

Aliás, ele sentirá o impacto a partir de agora na relação com seu projeto de candidatura a prefeito de João Pessoa. E tudo isso precisa ser melhor refletido porque se trata de um líder politico com boa performance discursiva e de perspectiva futura no PMDB porquanto ele desponta como um dos melhores nomes mas, com esse vinculo total com Cunha, tudo pode estar sendo colocado dentro de uma realidade nebulosa porque, conceitualmente, ninguém consegue tirar da sociedade brasileiro o carimbo nefasto do presidente da Câmara.

E estar com ele, defendendo-o ferozmente, pode ter o efeito trágico na escala de futuro político.

Moralmente, eticamente, por tudo o que tem sido exposto por Cunha, o presidente tem sido indefensável, apesar da defesa dos dois parlamentares paraibanos.

Ou reveem tudo em tempo ou vão pagar alto preço no futuro próximo.

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“O olho que existe/ é o que vê…”



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